Tuesday, December 26, 2006

heartbroken
Assim começa uma das minhas canções favoritas, um guilty pleasure assumido e imperdível nesta quadra natalícia. Contudo, a minha favorita, nesta coisa de corações partidos é e será sempre, You Oughta Know de Alanis Morissete.

Neste Natal de 2006, estou solidária com todos aqueles que estão de coração partido, desfeito, destroçado. Porquê? Porque se durante o ano custa sofrer de males de amor, no Natal e no Fim do Ano a dor é quase insuportável. Gostava, pois, de deixar umas palavras de esperança. Há que fazer o luto, aceitar a perda, reagir e ficar novamente disponível para tudo o que a vida ainda nos vai trazer. Isso leva tempo, claro. E é um caminho que se tem de fazer sozinho, ainda que os amigos sejam indispensáveis para nos acompanhar em altura de crise.

Nem sempre o que se deixou para trás foi bom, fantástico, ideal. As mais das vezes não passou de um conjunto de momentos bons, mas desfazados, com pouco sentido, algo que quisemos que um dia pudesse ser algo maior, mas tal não aconteceu porque a realidade sempre foi diferente do nosso desejo. Outras vezes, olhamos para trás e podemos dizer: "foi bom enquanto durou!". O que é válido para ambos os casos, é que o fim também é um começo.

Are You Ready to Be Heartbroken? - pergunta Lloy Cole. Estamos sempre, não temos outra opção.

Verdades insofismáveis:


1 . Ninguém é insubstituível
2. A auto-estima é essencial para que possamos reconhecer o nosso valor e não deixar que ninguém o ponha em causa
3. O futuro está em aberto e ninguém o pode prever - a graça está toda aí!
4. Podemos e devemos contribuir para que o que queremos e que desejamos aconteça, sem criar oportunidades as coisas dificilmente vêem
ter connosco.


Para aquela fase inicial, que é como diz, chorar até esgotar:

2006’s Songs for the heartbroken (aka Sad Bastard songs)

Lonelyheartbroken songs_by_good_artists

Songs for the heartbroken souls

The Top Sad Songs of all Time!


And now darling, BACK TO LIFE!

Tuesday, November 14, 2006

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Intimidade: qualidade do que é íntimo


Íntimo: do Lat. intimu, adj., que está muito dentro; profundo; que constitui a essência de uma coisa; que existe no âmago da alma; que tem e por quem se tem grande afeição familiar e estreito convívio; doméstico, familiar; s.m., âmago; imo; amigo íntimo.

Falar de relacionamentos implica falar de intimidade, o desejo de conhecer profundamente o outro e de com ele partilhar sentimentos, emoções, acontecimentos, objectivos, sonhos, desejos – intimidade emocional -, de lhe estarmos próximos, de lhe tocarmos, sentir o cheiro e o calor – intimidade física.


Embora se lhe atribua usualmente uma conotação sexual, o conceito é vasto e não se esgota nessa dimensão da vida.


A intimidade está presente na Amizade e no Amor, surge e desenvolve-se à medida que se estreitam relações e há vontade de aprofundar o conhecimento mútuo. Não temos essa abertura para com todas as pessoas que connosco se cruzam, reservamo-nos ao direito de preservar o nosso reduto.


É sempre um risco, mais ou menos calculado, deixarmos que alguém se torne íntimo de nós. De alguma fora, trata-se de alguém que nos conquistou e que ganhou terreno da nossa confiança e capacidade de aceitação. Damos-lhe liberdade para entrar no nosso espaço pessoal, abrimos-lhe as portas da nossa casa, apenas quando achamos que o outro mostrou ser merecedor dessa honra.


Nem sempre queremos só sexo; o que buscamos é intimidade através do sexo. Outras vezes, sentimos medo da proximidade, deixamos que o outro tenha o nosso corpo, mas negamos-lhe a alma, desenvolvemos anticorpos que nos defendem do medo do abandono, traição e rejeição.


O que é a busca da "alma gémea", senão a aspiração da intimidade suprema com alguém, a ponto de explicarmos essa conexão com apelo à trancendência? Será que precisamos encontrar essa "outra parte" para podermos ser felizes?


É que não é apenas por encontrar um outro ser que achamos que nos completa que automaticamente ficamos com as nossas necessidades de intimidade preenchidas. Quantos relacionamentos bonitos se esgotam e falecem, apenas porque as pessoas se esquecem que é necessária uma construção diária e constante?


Buiding intimacy - gestos que ajudam, mas que têm de fazer parte do quotidiano do casal

Monday, November 06, 2006

Passou a correr! Faz hoje 1 ano que me propus a dar vida a um blog, um blog onde pudesse ser eu própria e partilhar com o mundo o que penso, o que gosto, o que me preocupa, o que me move.

Muitas vezes provocadora, algumas vezes divertida, ainda introspectiva, intensa, independente e determinada. Sempre dentro da mesma linha de pensamento e espartilhada por uma coerência que é uma auto-imposição, mas com uma margem muito baseada na troca de ideias e opiniões.

O blog rapidamente tornou-se uma companhia, um diário velado que reflecte os acontecimentos e inquietações da minha vida, uma forma de registar o que vejo e o que sinto com dois objectivos: explorar uma 4ª dimensão do Eu e fazer uso da liberdade de expressão.

Consequência: já não consigo viver sem postar! É um prazer imenso partilhar uma reflexão, aprofundar um tema ou relatar uma história. Também é um prazer procurar as fotos certas, navegar por aí em busca de algo que me pareça interessante referir ou desenvolver.

Acho que vim para ficar...

Monday, October 30, 2006

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Abriu ao público no passado dia 15 de Setembro a exposição "Uma questão de sexo(s)", patente no Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva até Agosto de 2007.

Da responsabilidade do centro de ciência belga Technopolis, trata-se de uma exposição activa, uma experiência viva que pretende avaliar quais as diferenças nas aptidões de mulheres e homens portugueses. Portugal é o quarto país a participar no evento.

À entrada da exposição os visitantes recebem uma pulseira com um código de barras que identifica se são do sexo feminino ou masculino; a activação dos módulos da exposição é feita aproximando o código de barras de um leitor, e o desempenho do visitante na tarefa que lhe é colocada é automaticamente contabilizado em função do género.

As tarefas propostas abordam várias áreas: artes, matemática, biologia, geografia, profissões, tecnologia e capacidades físicas.

De acordo com os resultados obtidos na Bélgica, Holanda e Dinamarca, de um modo geral, as mulheres prestam mais atenção aos módulos e dedicam um pouco mais de tempo à sua exploração que os homens.

Contudo, eis a conclusão mais supreendente até ao momento: as diferenças no desempenho verificadas entre os diferentes países são maiores que as registadas entre homens e mulheres, ou seja, tudo indica que as aptidões testadas nesta exposição são mais influenciadas pela cultura que pela genética.

Ele e Ela: arquitectura dos cérebros masculino e feminino - Revista Scientific American, Edição Brasileira

Imperdível: Porque é que os homens nunca conseguirão distinguir os 3 tons de sombra cinza-rato que temos na nossa bolsa de maquilhagem? E porque é que se diz que as mulheres falam de mais? Isto para não falar da capacidade de qualquer mulher tem de fazer duas coisas ao mesmo tempo e que desconcerta qualquer homem... A resposta está na genética!

De qualquer forma, mais importante do que a preocupação com as diferenças, deviamos todos pensar mais nas semelhanças dos seres humanos e na complementariedade dos sexos.

A "maldade" que se segue foi encontrada aqui

crebrohomem

cerebrofeminino

Tuesday, October 24, 2006

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Aviso à navegação

Este blog teve uma breve pausa, não declarada e sem aviso prévio. A razão principal ficou a dever-se a uma nova rotina da Autora que ainda está em fase de assimilação, uma reorganização de vida que motivou um investimento de tempo maior do que o esperado.


A minha existência online tem sido quase exclusivamente profissional. Os sites visitados são todos técnicos, os assuntos maçadores e demasiado específicos. Isso significa que se alguém verificar o meu histórico de Internet ficará, no mínimo, entedeado.


Fora do horário de trabalho tenho andado mais preocupada em descansar o mais possível os meus dois neurónios, que são de estimação.


A programação seguirá dentro de momentos, ou seja, um dia ou dois. Voltarei aos textos de reflexões sentidas, de insólitos e curiosidades, de palavras dedicadas a personalidades e factos marcantes, tudo o que caiba dentro da linha de raciocínio a que me propus, de uma forma despreocupada e com uma ligeireza q.b: homens e mulheres, sexo e sociedade.

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Sunday, October 08, 2006

Amor é… Completar esta frase é um jogo que faço desde que me lembro, quase sempre porque quero fundamentar uma investida ou porque um manifesto acto de amor salta à vista.

Pequenos gestos dizem muito. Se verbalizar um sentimento é importante e necessário, a verdade é que as palavras têm de ser apoiadas em actos assim como os actos adquirem uma força adicional quando acompanhados de palavras.

É humano precisarmos de provas de amor. É dessa confirmação diária que as relações se alimentam, crescem, evoluem num ou noutro sentido. A linguagem nas suas componentes verbal e não verbal não tem limites, contudo, precisa de ser correctamente interpretada pelo destinatário, sob pena de cair no vazio, desprovida de sentido,

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Os bonequinhos de Kim Grove Casali (1942-1997) surgiram de forma despreocupada e ternurenta nos bilhetes para Roberto Casali, o namorado que se tornou marido. Ela neo-zelandesa, ele italiano, conheceram-se nas aulas de Ski na Califórnia. Roberto guardava religiosamente os bilhetes de Kim, expressões de amor em pequenos cartoons, mostrava-os aos amigos e fê-los chegar ao Los Angeles Times que os começou a publicar em 1970. Não tardou muito a que os bonequinhos se espalhassem por jornais em 50 países, fossem traduzidos em 25 línguas e animassem uma série de material de merchandising – canecas, t-shirts, cadernos, etc.

Love is… perdeu popularidade nos anos 90, mas os cartoons sobreviveram até hoje pela mão de Stefano Casali, o filho mais velho, com a colaboração de Bill Asprey.

Monday, September 25, 2006

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Uma estranha forma de vida

Há realidades que se sobrepõe àquela que chamamos de nossa e que tendencialmente consideramos como “normal”, porque o nosso ponto de vista é o mais defensável, já que é o nosso ou o de uma maioria significativa de pessoas e a ele aderimos sem reservas.

Um desses mundos à parte, com códigos próprios e uma entreajuda que ultrapassa o entendimento de quem está de fora, enche-se de frases à primeira vista ininteligíveis tais como “Eu sou pro-ana” ou “Já fui Ana, mas agora sou Mia”.


São os códigos de doentes de Anorexia e Bulimia que usam a Internet como fórum. Seres anónimos que escondem das famílias o que chamam de “modo de vida”, partilham as mais sofisticadas técnicas de passar fome, as últimas novidades em laxantes ou drogas inibidoras de apetite, incentivam on-line o vómito e a celebram os distúrbios alimentares com poemas e imagens de modelos magras.


Alguns dos sites/ blogs são escritos à laia de diário com fotos da magreza extrema alcançada pelas autoras e aplaudida com comentários das visitantes. Também do relato diário constam os tropeções de quem vive a luta de não ultrapassar 500 calorias/dia… Volta e meia, algumas destas páginas pessoais são fechadas, mas nem por isso o fenómeno acaba.

As novas tecnologias servem diversos interesses. Ao lado de massas de pessoas que se batem por objectivos tidos como bons – reacções a catástrofes, preocupações ambientais, melhoria das condições de vida – surgem os fanatismos. Terrorismo, pedofilia, racismo, xenofobia… É o que se quiser.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde, apenas 16% da população mundial estava com excesso de peso. Então, como explicar que cerca de 87% das mulheres se sentem com peso a mais?


Ninguém olha para si mesmo sem termo de comparação. E os modelos vão-se buscar ao que é veiculado pela indústria da Moda, pelo Cinema, pelas Artes e pela Comunicação Social. Milhares de jovens procuram fotos de “thininspiration” nas revistas e na net, ícones de um ideal de beleza que nada tem a ver com saúde e qualidade de vida. A pressão para atingir um determinado tipo de corpo pode culminar na patologia de uma mente que distorce a imagem do corpo visto ao espelho - depressão, distúrbios alimentares, auto-destruição.

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Anorexia também existe no sexo masculino – foto retirada de um site pró-ana da responsabilidade de um surfista de 19 anos


Os recentes acontecimentos nas passagens de modelos em Madrid e Milão relançaram a polémica. Várias modelos, consideradas demasiado magras, foram impedidas de desfilar. Ameaçadas as suas estrondosas fontes de rendimento, criadores e bookers insurgiram-se contra as medidas tomadas pelas organizações dos certames de moda.

Medidas corajosas e inovadoras mas só por si insuficientes, já que as variáveis Beleza, Saúde, Educação têm de estar em sintonia. Para além de mexer com ideais convencionados, muito há a fazer em termos de promoção de alimentação correcta, vida saudável e condições para mens sana in corpore sano – refeitórios nas escolas, menus escolares saudáveis, formação e incentivo da prática desportiva como parte de uma vida saudável.

Enquanto isso, milhares de pessoas, na grande maioria mulheres ainda adolescentes, vivem numa estranha forma de vida, uma existência em para se ser magro até aos ossos vale tudo!


Escuso-me de indicar sites/blogs de Anas e Mias. A alguns deles “roubei” as fotos. A pesquisa é livre e a informação está a vista de todos. Quem procura arrisca-se a encontrar… Prefiro referir links construtivos, didácticos, informativos.

Sites informativos:

Ana y Mia - La verdad de un mundo peligroso

Don´t die for a diet

Pro-ana - encyclopedia dramatica

Video:


Anorexia Awareness: Scarytale
Uploaded by Razorbuzz


Página pessoal do modelo Emanuel Carvalho

Posts recomendados (ambos do blog
Síndrome de Estocolmo):

Como andam os blogs Ana & Mia...

Mais sobre as modelos magérrimas e Indice de Massa Corporal

Notícias:

Demasiado magras para desfilar: Madrid só aceita modelos com ar "saudável". Milão pode fazer o mesmo

Manequim morre durante desfile

Fiona, Nayma e Flor – modelos portuguesas magras demais


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Thursday, September 21, 2006

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Não resisti a esta frase. Ou não fossemos todos nós, mais do que um património genético, um somatório de experiências, de vivências. Quantas pequenas coisas mexem connosco, transformam-nos, acrescentam-nos, mesmo sem darmos imediatamente conta da mudança que se opera?

Apetece-me celebrar tudo o que nos acrescenta, tudo o que nos torna mais fortes, mais serenos, mais conscientes e agradecidos, ainda que nem sempre olhemos para os acontecimentos da nossa vida com os mesmos olhos.

Monday, September 11, 2006

Almodóvar voltou.

Voltou com o seu universo de mulheres com fibra, intensas, reais, aparentemente frágeis mas dotadas de uma imensa força interior. São mulheres que choram, riem, gritam, amam, sofrem e assim conduzem a sua vida e a sua família, num universo em que os homens estão presentes de uma forma quase velada, como seres dependentes de uma natureza humana que dificilmente controlam, crianças irresponsáveis que precisam de uma mão forte e segura que os guie.

Volta também a presença da morte como parte da vida, um facto que se funde na existência de um grupo de mulheres de meia-idade.

A história gira à volta de personagens bem construídas, entrelaçadas pelas relações humanas, familiares ou de vizinhança. Cada uma destas mulheres, um mundo por explorar, sobrevive como sabe e como pode.

Subjacentes às voltas do enredo estão os regressos de Pedro Almodóvar, regressos seus cuja intimidade coloca a olho nu num filme belíssimo, maduro e com o seu estilo inconfundível de contador de histórias com imagens, veículos perfeitos de emoções e sentimentos.

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O realizador Almodóvar e as actrizes de Volver/Voltar (Reuters)

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Raimunda (Penélope Cruz) é a personagem central, uma mulher do povo que a vida tornou um poço de segredos terríveis, uma maturidade forçada pela perda precoce da inocência.

Monday, September 04, 2006

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Gostava de pensar que uma dentada leva a outra, que uma caminhada se faz com um passo a seguir ao outro, que de nó em nó se faz um tapete.

Gostava de justificar os meus sentimentos, o meu investimento emocional, através de razões objectivas. Gostava que a minha escolha fosse um acto puro de vontade, não apenas uma resposta psicológica a um entusiasmo irreflectido que só leva ao êxtase momentâneo e passageiro.

Gostava de abandonar a ideia de um amor romântico, quente e desmesurado, inevitavelmente efémero, e optar, livre das amarras do coração, por um amor volitivo, pleno de consciência, seguramente construído por dias que passam semanas, por semanas que passam a meses e por meses que passam a anos.

Gostava de reagir contra o imediatismo das sensações, compreender que o cocktail de hormonas e reacções químicas é
fruto de um cérebro egoísta que busca estados de felicidade e prazer, opondo-se por defesa inata à dor, ao sofrimento e à tristeza.

Acredito que uma caminhada se faz com um passo a seguir ao outro, que de nó em nó se faz um tapete, que a seguir a uma dentada apetece outra...

Sunday, August 27, 2006

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O Negócio é amar

Tem gente que ama, que vive brigando
E depois que briga acaba voltando
Tem gente que canta porque está amando
Quem não tem amor leva a vida esperando
Uns amam pra frente e nunca se esquecem
Mas são tão pouquinhos que nem aparecem
Tem uns que são fracos, que dão pra beber
Outros fazem samba e adoram sofrer
Tem apaixonado que faz serenata
Tem amor de raça e amor vira-lata
Amor com champagne, amor com cachaça
Amor nos iates, nos bancos de praça
Tem homem que briga pela bem-amada
Tem mulher maluca que atura porrada
Tem quem ama tanto que até enlouquece
Tem quem dê a vida por quem não merece
Amores à vista, amores à prazo
Amor ciumento que só cria caso
Tem gente que jura que não volta mais
Mas jura sabendo que não é capaz
Tem gente que escreve até poesia
E rima saudade com hipocrisia
Tem assunto à bessa pra gente falar
Mas não interessa... O negócio é amar

Letra de Dolores Duran e música de Carlos Lyra

Amor em acto, actos de Amor?

Uma descrição ímpar de todos os amores que conhecemos - os nossos e os dos outros: saudáveis, desejados, românticos, obsessivos, sofredores, sádicos, masoquistas, preversos, egoístas, platónicos, loucos, emotivos..."Mas não interessa o negócio é amar".

Este poema foi encontrado em 1959 após a morte de Dolores Duran, cantora e compositora brasileira, juntamente com um bilhete para Carlos Lyra em que esta lhe pedia para dar música às suas palavras.


Para ouvir aqui a versão de Jo & Tuco ou Nara Leão

Aqui: tudo sobre música popular brasileira

Wednesday, August 23, 2006

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Numa época em que pululam bases de dados de maus pagadores e de devedores à Segurança Social, chega-nos esta ideia dos States: uma lista de homens mentirosos, traidores, abusadores, apelidados de maus namorados/noivos/maridos/companheiros.

Don’t Date Him, Girl pretende ser um alerta geral às outras mulheres sobre os perigos masculinos que por aí espreitam e funciona também como fórum de partilha de experiências e grupo de apoio.


Na prática é a humilhação pública on-line. Os homens versados ganham o rótulo de “impróprio para consumo”; alvo de descrições pouco simpáticas, acompanhadas ou não por fotos, os visados podem apresentar a sua versão dos factos alegados, caso assim entendam.

No fundo, é uma sanção moral consubstanciada no desterro do “mercado", a tentativa óbvia de minar os actuais relacionamentos dos antigos companheiros e um acrescer de dificuldades a uma eventual regeneração dos "cadastrados".

Vodu doll


Entretanto, a Justiça americana vê-se a braços com uma série de processos movidos contra o site com pedidos de indemnização pela divulgação de informações de carácter pessoal sem consentimento prévio. Acredito que também possam existir processos por difamação e ofensa do bom nome contra as autoras das alegadas histórias imputadas aos seus ex.


Eu sou pelo DON'T DATE HIM, GIRL -- BUT DON'T WRITE ABOUT IT ONLINE, EITHER! Há outras formas de se fazer justiça para além de manifestações histéricas e de alaridos pomposos - uma modesta opinião, claro.


Mas se a moda chega a terras lusas, já estou como o outro: "o bicho vai pêgar!"

Fonte: Info Online

Sunday, August 20, 2006



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Preservativos & Chocolate

Diz-me o que compras e dir-te-ei quem és.

Deitar um olho no supermercado às compras dos outros é uma forma de passar tempo na fila da caixa e saber algo mais sobre aqueles com quem nos cruzamos. Mais do que um jogo é Psicologia em exercício.

O que pensar de uma mulher cujo cesto de compras contém uma caixa de preservativos e uma tablete de chocolate?

Ambos são profiláticos. Uma compra dos dois em simultâneo sugere que duas necessidades estão em vias de ser acauteladas: sexo seguro e conforto emocional.

O preservativo é o meio mais seguro de evitar doenças sexualmente transmissíveis e, eventualmente, uma gravidez indesejada, embora em ambos os casos não seja 100% infalível. Aconselham-se outras precauções na vida sexual tais como um análises regulares do HIV, alguma cuidado na escolha de parceiros e o uso de outros métodos contraceptivos.

Já o chocolate é portador de feniletilamina e triptofano (precursor da serotonina), o que o torna no remédio universal para os males de amor.

Logo, estamos diante de uma rapariga ultra prevenida, que encara a sexualidade com maturidade e suficientemente esperta para ter um sucedâneo por perto...

Wednesday, August 16, 2006

Basta querer Basta sentir Basta ser Basta sorrir…

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Pormenor do Basta Café-Jardim - Foto de Joaquim Pinto


Os bairros mais pacatos de Lisboa encheram-se de espaços bonitos, propícios a um serão agradável com amigos ou uma saída a dois. Longe dos conhecidos locais da movida*, a Capital tem vindo a ganhar uma vida própria com pequenos oásis, propostas diferentes e variadas que aproximam as pessoas da cidade.

Um dos meus spots preferidos tem a sua génese envolvida por uma aura de sonho tornado realidade, uma história inspiradora de encontro de culturas e de busca de realização pessoal e profissional. E se há coisa que eu gosto é de uma boa história, por isso, aqui vai ela: uma argentina e um sérvio conhecem-se em Lisboa; desse encontro resulta a viragem profissional na vida de ambos assente numa partilha de interesses em comum que leva à concretização de um projecto de fusão de culturas e sabores.

Com uma paixão pela cozinha criativa e em constante evolução, Josefina Cardeza e Milos Ivkovic são a dupla que comanda uma aventura de sentidos chamada Basta Café-Jardim, um espaço composto por um jardim transformado em esplanada, uma sala grande com um pequeno privado (excelente para um jantar de grupo), um pequeno bar e uma sala de exposições. O jardim funciona todo o ano, ainda que no Inverno conte com aquecedores, informação vital para os apreciadores do ar livre.

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Pormenor do jardim do Basta Café-Jardim, onde se pode ver a calçada portuguesa e as árvores de copa alta no interior do nº 175 da Av. D. Estefânia, em Lisboa - Foto de Joaquim Pinto

A decoração mistura o revivalismo dos anos 70 com a

Arte Nova

num retro confortável, uma amálgama de estilos que junta o sofisticado ao acolhedor. É o sítio ideal para passar um bom bocado na companhia de um livro ou jornal, de acompanhar um chá ou um café (para não falar num cappucino) com uma boa conversa, petiscar entre refeições ou viajar à mesa com a degustação de uma ementa toda ela apetecível.

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Foto de Francisco Silva

A música, complemento indispensável a qualquer ambiente, é um fundo sonoro em perfeita consonância com o paladar, ou seja, moderna, actual, imaginativa, de bom gosto.

O nome do Café-Jardim é uma inteligente combinação de sentidos linguísticos: Basta quer dizer “jardim” em Sérvio e significa "põr fim" ou "suficiente" em Português, uma palavra que pode ter o sentido dinânimo de cessar algo para, no mesmo momento, começar outra etapa, ter outra atitude.

p93

Josefina Cardeza e Milos Ivkovic: “Basta querer que os nossos sonhos se realizem”



*Bairro Alto, Docas e 24 de Julho

Ao N., que tenho o privilégio de conhecer há 21 anos e que sabe como ninguém mostrar-me o lado bom da vida. Obrigada!

Monday, August 14, 2006

Are you trying to seduce me? Silly question, of course you are.

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Ponte 25 de Abril à noite de Ivo Gomes

Lisboa é uma cidade sedutora, envolvente, sensual.

Arrufos, amuos e agastamentos, quem não os tem. Comigo acontecem porque Lisboa não me é indiferente, mas depressa cessam as hostilidades e elevam-se as alegrias que me dá a Cidade que eu adoro e impõe-se um rol extenso de momentos bons da minha história pessoal. Já as agruras e mágoas, essas são aligeiradas pelas voltas intermináveis que dou pela Cidade, a pé ou de carro, até me sentir mais leve, mais objectiva nas apreciações, mais certa de que há sempre uma solução para tudo.

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Rua da Atalaia by bicyclemark in flickr.com

Acabei por trocar a Praia pela Cidade. Um dia atrás do outro com a partida a ser adiada, fui ficando, primeiro presa a desculpas, depois de vontade livre e esclarecida. Lisboa está com boa onda, rica em ambientes com espírito próprio, definido e variado.

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Lisboa à noite vista de Cacilhas by mrita in flickr.com

Entreguei-me, ciente das suas artes da sedução, a um Cidade imparável, encantadora. O saldo positivo resulta de duas semanas plenas de (re)descobertas de pessoas e lugares, uma mão-cheia de histórias que se entrelaçam, vivências cujos efeitos futuros a seu tempo irei desvendar.

À Praia reservei uns fins-de-semana em Setembro, longe do bulício da época alta, quando a névoa pesada pede camisolas de lã fina e tostas em pão rústico.

Friday, July 28, 2006

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Já faltou mais

Mais uns dias e vou para outras paragens. Levo havaianas na mochila, roupa prática, livros e o PC. Parto com a intenção de dar grandes caminhadas na praia, de ler, de comer muita fruta e de não me aborrecer com nada. Álcool e noite q.b., que isso tenho eu muito durante o ano. Sei que vou pensar na vida, tomar decisões, preparar-me para mais lutas e mais batalhas.

Vai haver tempo para surfar na net e para escrever tudo o que me apetecer, tudo o que me aguçar a curiosidade, tudo o que me inquietar a alma. Se vou publicar? Não sei. Férias é isso mesmo, é não saber muito bem o que vem antes e o que vem depois e, mesmo sabendo, ter a liberdade de alterar os planos à última hora.

Thursday, July 27, 2006

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Uma questão de atitude

"In my heart, I think a woman has two choices: either she's a feminist or a masochist." - Gloria Steinem

Falsa emancipação da Mulher? Não. Acho que estamos a meio caminho. Mais, a minha postura optimista leva-me a acreditar que se vai avançando, lentamente, nesta alforria, nesta luta que tem por objectivo a mudança de mentalidades não a supremacia do sexo feminino. Um dia de cada vez, milhares de mulheres em todo o mundo fazem o seu próprio caminho, estudam, trabalham, são mães, são mulheres.

Os obstáculos, as contrariedades, os atropelos existem, muitos deles vindos de onde menos se poderia esperar, ou seja, das próprias mulheres. Custa-me sempre ouvir comentários machistas e misóginos, tal como expressões racistas, xenófobas e de algum modo discriminatórias. No entanto, o que mais dói, o que mais me tira do sério, são as críticas destrutivas vindas de mulheres que se regem por preconceitos masculinos, mulheres que se subestimam, mulheres que cobardemente criticam as mulheres que têm a coragem de serem elas próprias.

Uma mulher é constantemente posta à prova durante a sua vida, sendo os exemplos disso mais que muitos. Mas uma mulher só passa a vítima se ela própria se martirizar.

A profissão e a maternidade
As mulheres que tiveram a possiblidade de optar entre uma profissão ou serem mães a tempo inteiro, as mulheres que se dividem por opção ou condição entre a maternidade e a carreira, vivem invariavelmente com um sentimento de culpa por terem feito uma escolha ou vivem com o complexo de tentarem exercer irrepreensivelmente as duas, numa tentativa supra-humana de serem boas mães e boas profissionais. Acredito que, com ajuda, podem consegui-lo, mas é uma questão que não se coloca aos homens. Aliás, um homem que queira ser pai a tempo inteiro ainda é uma raridade e qualificado como um ser fraco e dependente da mulher.

A profissão e as tarefas domésticas
Uma mulher que contribui para a economia familiar com o seu ordenado deveria esperar do seu companheiro uma contribuição equitativa no trabalho doméstico. Afinal, quando chegam a casa, ambos estão cansados e ambos têm responsabilidades na gestão do lar. Contudo, é sobre a mulher que recai a obrigação de ter a casa limpa, arrumada, o jantar na mesa, a roupa passada… A “ajuda” do homem costuma ser insuficiente, porque “ajudar” não é o mesmo que
“repartir”, “partilhar”.

A imagem da mulher
Há mulheres que se queixam porque são tratadas como objectos sexuais, mas elas são as primeiras culpadas porque se reduzem a bocados de carne, corpos ambulantes, mais pelas atitudes do que pelo guarda-roupa
.

E podia continuar, mas prefiro terminar como comecei, citando Gloria Steinem: "O primeiro problema para todos, homens e mulheres, não é aprender, mas desaprender".

Outras citações de Gloria Steinem


Monday, July 24, 2006

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A Cantada*

Agosto. Um dia dos mais quentes. Mesmo ao fim da tarde, não corria sequer uma brisa. Ainda em férias, deu-me para escolher o caminho mais longo, dar uma volta pela cidade, corrê-la de uma ponta à outra à moda de turista acidental. É o que faço sempre que posso.

Depois de subir o Largo do Martim Moniz, dou comigo na Av. Almirante Reis, em direcção à rebaptizada Praça Francisco Sá Carneiro, aquela que a memória insiste em chamar de Areeiro.

Parei num dos primeiros sinais vermelhos de uma extensão de 2,5 Kms da velha avenida lisboeta. Incongruência estar de portas trancadas e com os vidros do carro totalmente abertos, mas o calor insuportável superava a necessidade de segurança.

Ao meu lado, uma carrinha branca, também de janelas abertas e um homem novo ao volante.

De olhos postos no semáforo, oiço com um sotaque brasileiro:

- Ó moça! Você pode me dar uma informação?
- Sim, claro – respondi com naturalidade.
- Como é que faz prá chegar no seu coração?

Silêncio do meu lado. Os segundos seguintes à pergunta pareceram-me minutos. Reacção única possível, desmanchar-me a rir e dizer:

- Teve piada, teve teve!
- Não é piada não, moça. É sério!

Abre o verde e arranco com um suspiro de alívio. Ele há cada um! E brasileiro é fogo, está visto!

Não tardou muito, a parar novamente num sinal vermelho. E a carrinha branca, sempre ao meu lado. O homem não desarmou:

- Me dá seu telemóvel, dá?
- Não – o mais redondo que fui capaz.
- Ué, seu coração tem dono?
- Não, está fechado para obras – frase feita de quem quer simplesmente dizer “não tou a fim”.
- Oba, mas eu trabalho com obra! Me deixa consertar, deixa!

Risos da minha parte, mais uma vez. Cara insistente! Engraçado, esforçado, mas não caiu em graça.
A história terminou na rotunda da Praça do Chile, com o meu ego massajado continuando a subida da Almirante Reis e a carrinha branca em direcção à Rua Morais Soares.

Para dizer a verdade, não me lembro do rosto do brasileiro. Agora a conversa, acho que nunca mais a vou esquecer! Já lá vão 3 anos...

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Mapa daqui

* Palavra brasileira que significa galanteio, piropo

Agumas dicas sobre como NÃO cantar uma mulher - Se bem que quando uma mulher não está interessada, não há dica que resulte!

Fotos da Av. Almirante Reis em Lisboa gentilmente cedidas por Milan Perveze :)

Saturday, July 22, 2006

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Doce fazer nada
Foto de Anguilla in www.tropical-paradise.net/

Una vacanza da sogno, il paradiso del dolce far niente. Uma ilha paradisíaca, um areal sem fim, deserto, adornado por águas azuis, transparentes, apetecíveis. Eis a imagem que formamos na nossa mente quando pensamos em férias. E logo nos ocorre não fazer absolutamente nada, nós que passamos a vida a correr a tentar fazer isto, aquilo e o outro. Dolce far niente, ma quando?


Somos educados para sermos activos, dinâmicos, pro-activos. Aguentamos muito tempo sem fazer nada? Sabe-nos bem parar, respirar fundo, mas esse é só o momento em que ganhamos forças para continuar a prossecução dos nossos objectivos, pessoais e profissionais. Este é o retrato da "classe dos insatisfeitos", daqueles que não conseguem estar parados, que têm sempre mil e uma ideias a fervilhar, que não sabem viver sem magicar. É a eterna contradição de precisar de descansar, mas depois não saber como. Chamam-lhe o "stress das férias", a causa do maldito descanso.


Falo por mim: Se não tiver uma rotina em férias, uma série de actividades que preencham os dias, se não sentir que o que faço tem um propósito, aborreço-me de morte. Só durmo, entro em completa depressão.


Dolce far niente? Sì, ma non troppo.

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Thursday, July 20, 2006

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Avis rara*

Já que, aqui no Paraíso, andamos numa onda de aves raras, aqui vão umas dicas sobre o Mocho mais lindo do mundo e redondezas:

- Tem por hábito esquecer-se dos aniversários dos amigos (eu que o diga e a Ouricette também);

- Odeia queijo;

- É amigo do seu amigo, sempre pronto a ajudar no que pode e como pode (mesmo quando fica incomunicável – toma lá e embrulha!);

- É sábio; diz sempre as verdades mesmo quando são duras de ouvir – “Tem juízo, pá!”;

- É um refinado gourmet, excelente na arte de bem receber;

- Tem um humor apurado e sempre na mouche;

- É competente, coisa rara neste País (comprovado por experiência própria);

- Não dispensa um bom Earl Grey (nada de imitações baratas, faxavor), de preferência numa mug finérrima, térmica e em London City;

- Não é uma espécie cinegética, mas sim a proteger e a mimar.

Hoje é o dia do Mocho. Que conte muitos e bons dias, meses, anos...

*Latim; 1. “Ave rara.” 2. “referência a tudo que é estranho ou inusitado, que só se vê ou aparece raramente.”


P.S Não mudes nunca!


Sunday, July 16, 2006

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Sex & The City, Season 2, ep. 15: Are all men freaks? Carrie dates a bunch of freaks before she meets Ben, then ruins a great thing when she turns into a freak

A noite de Sábado foi plena de emoções e estados de espírito. Amizades antigas e recentes, o peso da morte de alguém querido que cedo demais nos deixou, vivências presentes e passadas que nos fizeram rir sem parar, a esperança de uma vida ainda em aberto com muitas surpresas pelo caminho.

Vagueei pelas ruas do Bairro Alto a abarrotar de gente encalorada. Parei aqui e ali mirando os galãs da noite invariavelmente vestidos com t-shirt ou camisa preta – fariam parte de uma seita? Será o novo uniforme de D. Juan? Mistério… O certo é que todos eles estavam vestidos de preto e isso confundia as minhas amigas com os comentários, pois “aquele de t-shirt preta” não era assim tão fácil de identificar dentre os milhentos que por lá constavam.

O ponto alto da noite deu-se quando mudei de discoteca. Eram 4.30h mas havia pedalada para ir até às 6h, quiçá até às 8h. Não tardou muito a que o meu olhar esbarrasse num desconhecido que vira antes noutro bar. Pensei logo: “Qual a probabilidade de encontrar um estranho duas vezes na mesma noite?” Fiquei na expectativa de um sinal de romantismo patético, mas que gosto tanto. Mesmo que Lisboa seja quase uma aldeia, a escolha de estabelecimentos nocturnos é grande e variada.

Bom, a conversa começou a fluir, envergonhada, pouco segura, seguindo o seu curso no meio da confusão da pista. Os meus amigos iam controlando discretamente, não fosse um olhar de socorro justificar uma intervenção. O rapaz lá ia falando. Matemático, há 20 anos em Lisboa, nascido no campo, entre outras informações de carácter geral, disse ter uma horta no meio da cidade. Um constant gardener, presumi, rústico e diferente. Chamaram-me à atenção os olhos de louco que brilhavam no escuro e senti algo estranho, não gostei, o meu instinto entrou em alerta máximo. Ainda assim, a conversa continuou. Porém, eis que o espécime me diz não usar nada químico (realmente sucediam-se os cigarros enrolados) e nisto tira um ramo de salsa do bolso da camisa e mostra-me o seu “perfume”.

E o que faz uma rapariga quando lhe estendem um ramo de salsa usado como perfume? Possivelmente, numa fracção de segundo ocorre-lhe que num outro bolso poderá estar um dente de alho por causa do hálito ou coisa que o valha e foge!

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O corte foi inevitável. O impacto da situação foi demasiadamente negativo. Longe de criticar alguém pela sua diferença, devo ter sido a única a não reparar nas botas ensebadas do moço, cujo sebo, pelo andar da coisa, também deve ser de fabrico próprio e caseiro. Ugh!