Sunday, August 27, 2006

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O Negócio é amar

Tem gente que ama, que vive brigando
E depois que briga acaba voltando
Tem gente que canta porque está amando
Quem não tem amor leva a vida esperando
Uns amam pra frente e nunca se esquecem
Mas são tão pouquinhos que nem aparecem
Tem uns que são fracos, que dão pra beber
Outros fazem samba e adoram sofrer
Tem apaixonado que faz serenata
Tem amor de raça e amor vira-lata
Amor com champagne, amor com cachaça
Amor nos iates, nos bancos de praça
Tem homem que briga pela bem-amada
Tem mulher maluca que atura porrada
Tem quem ama tanto que até enlouquece
Tem quem dê a vida por quem não merece
Amores à vista, amores à prazo
Amor ciumento que só cria caso
Tem gente que jura que não volta mais
Mas jura sabendo que não é capaz
Tem gente que escreve até poesia
E rima saudade com hipocrisia
Tem assunto à bessa pra gente falar
Mas não interessa... O negócio é amar

Letra de Dolores Duran e música de Carlos Lyra

Amor em acto, actos de Amor?

Uma descrição ímpar de todos os amores que conhecemos - os nossos e os dos outros: saudáveis, desejados, românticos, obsessivos, sofredores, sádicos, masoquistas, preversos, egoístas, platónicos, loucos, emotivos..."Mas não interessa o negócio é amar".

Este poema foi encontrado em 1959 após a morte de Dolores Duran, cantora e compositora brasileira, juntamente com um bilhete para Carlos Lyra em que esta lhe pedia para dar música às suas palavras.


Para ouvir aqui a versão de Jo & Tuco ou Nara Leão

Aqui: tudo sobre música popular brasileira

Wednesday, August 23, 2006

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Numa época em que pululam bases de dados de maus pagadores e de devedores à Segurança Social, chega-nos esta ideia dos States: uma lista de homens mentirosos, traidores, abusadores, apelidados de maus namorados/noivos/maridos/companheiros.

Don’t Date Him, Girl pretende ser um alerta geral às outras mulheres sobre os perigos masculinos que por aí espreitam e funciona também como fórum de partilha de experiências e grupo de apoio.


Na prática é a humilhação pública on-line. Os homens versados ganham o rótulo de “impróprio para consumo”; alvo de descrições pouco simpáticas, acompanhadas ou não por fotos, os visados podem apresentar a sua versão dos factos alegados, caso assim entendam.

No fundo, é uma sanção moral consubstanciada no desterro do “mercado", a tentativa óbvia de minar os actuais relacionamentos dos antigos companheiros e um acrescer de dificuldades a uma eventual regeneração dos "cadastrados".

Vodu doll


Entretanto, a Justiça americana vê-se a braços com uma série de processos movidos contra o site com pedidos de indemnização pela divulgação de informações de carácter pessoal sem consentimento prévio. Acredito que também possam existir processos por difamação e ofensa do bom nome contra as autoras das alegadas histórias imputadas aos seus ex.


Eu sou pelo DON'T DATE HIM, GIRL -- BUT DON'T WRITE ABOUT IT ONLINE, EITHER! Há outras formas de se fazer justiça para além de manifestações histéricas e de alaridos pomposos - uma modesta opinião, claro.


Mas se a moda chega a terras lusas, já estou como o outro: "o bicho vai pêgar!"

Fonte: Info Online

Sunday, August 20, 2006



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Preservativos & Chocolate

Diz-me o que compras e dir-te-ei quem és.

Deitar um olho no supermercado às compras dos outros é uma forma de passar tempo na fila da caixa e saber algo mais sobre aqueles com quem nos cruzamos. Mais do que um jogo é Psicologia em exercício.

O que pensar de uma mulher cujo cesto de compras contém uma caixa de preservativos e uma tablete de chocolate?

Ambos são profiláticos. Uma compra dos dois em simultâneo sugere que duas necessidades estão em vias de ser acauteladas: sexo seguro e conforto emocional.

O preservativo é o meio mais seguro de evitar doenças sexualmente transmissíveis e, eventualmente, uma gravidez indesejada, embora em ambos os casos não seja 100% infalível. Aconselham-se outras precauções na vida sexual tais como um análises regulares do HIV, alguma cuidado na escolha de parceiros e o uso de outros métodos contraceptivos.

Já o chocolate é portador de feniletilamina e triptofano (precursor da serotonina), o que o torna no remédio universal para os males de amor.

Logo, estamos diante de uma rapariga ultra prevenida, que encara a sexualidade com maturidade e suficientemente esperta para ter um sucedâneo por perto...

Wednesday, August 16, 2006

Basta querer Basta sentir Basta ser Basta sorrir…

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Pormenor do Basta Café-Jardim - Foto de Joaquim Pinto


Os bairros mais pacatos de Lisboa encheram-se de espaços bonitos, propícios a um serão agradável com amigos ou uma saída a dois. Longe dos conhecidos locais da movida*, a Capital tem vindo a ganhar uma vida própria com pequenos oásis, propostas diferentes e variadas que aproximam as pessoas da cidade.

Um dos meus spots preferidos tem a sua génese envolvida por uma aura de sonho tornado realidade, uma história inspiradora de encontro de culturas e de busca de realização pessoal e profissional. E se há coisa que eu gosto é de uma boa história, por isso, aqui vai ela: uma argentina e um sérvio conhecem-se em Lisboa; desse encontro resulta a viragem profissional na vida de ambos assente numa partilha de interesses em comum que leva à concretização de um projecto de fusão de culturas e sabores.

Com uma paixão pela cozinha criativa e em constante evolução, Josefina Cardeza e Milos Ivkovic são a dupla que comanda uma aventura de sentidos chamada Basta Café-Jardim, um espaço composto por um jardim transformado em esplanada, uma sala grande com um pequeno privado (excelente para um jantar de grupo), um pequeno bar e uma sala de exposições. O jardim funciona todo o ano, ainda que no Inverno conte com aquecedores, informação vital para os apreciadores do ar livre.

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Pormenor do jardim do Basta Café-Jardim, onde se pode ver a calçada portuguesa e as árvores de copa alta no interior do nº 175 da Av. D. Estefânia, em Lisboa - Foto de Joaquim Pinto

A decoração mistura o revivalismo dos anos 70 com a

Arte Nova

num retro confortável, uma amálgama de estilos que junta o sofisticado ao acolhedor. É o sítio ideal para passar um bom bocado na companhia de um livro ou jornal, de acompanhar um chá ou um café (para não falar num cappucino) com uma boa conversa, petiscar entre refeições ou viajar à mesa com a degustação de uma ementa toda ela apetecível.

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Foto de Francisco Silva

A música, complemento indispensável a qualquer ambiente, é um fundo sonoro em perfeita consonância com o paladar, ou seja, moderna, actual, imaginativa, de bom gosto.

O nome do Café-Jardim é uma inteligente combinação de sentidos linguísticos: Basta quer dizer “jardim” em Sérvio e significa "põr fim" ou "suficiente" em Português, uma palavra que pode ter o sentido dinânimo de cessar algo para, no mesmo momento, começar outra etapa, ter outra atitude.

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Josefina Cardeza e Milos Ivkovic: “Basta querer que os nossos sonhos se realizem”



*Bairro Alto, Docas e 24 de Julho

Ao N., que tenho o privilégio de conhecer há 21 anos e que sabe como ninguém mostrar-me o lado bom da vida. Obrigada!

Monday, August 14, 2006

Are you trying to seduce me? Silly question, of course you are.

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Ponte 25 de Abril à noite de Ivo Gomes

Lisboa é uma cidade sedutora, envolvente, sensual.

Arrufos, amuos e agastamentos, quem não os tem. Comigo acontecem porque Lisboa não me é indiferente, mas depressa cessam as hostilidades e elevam-se as alegrias que me dá a Cidade que eu adoro e impõe-se um rol extenso de momentos bons da minha história pessoal. Já as agruras e mágoas, essas são aligeiradas pelas voltas intermináveis que dou pela Cidade, a pé ou de carro, até me sentir mais leve, mais objectiva nas apreciações, mais certa de que há sempre uma solução para tudo.

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Rua da Atalaia by bicyclemark in flickr.com

Acabei por trocar a Praia pela Cidade. Um dia atrás do outro com a partida a ser adiada, fui ficando, primeiro presa a desculpas, depois de vontade livre e esclarecida. Lisboa está com boa onda, rica em ambientes com espírito próprio, definido e variado.

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Lisboa à noite vista de Cacilhas by mrita in flickr.com

Entreguei-me, ciente das suas artes da sedução, a um Cidade imparável, encantadora. O saldo positivo resulta de duas semanas plenas de (re)descobertas de pessoas e lugares, uma mão-cheia de histórias que se entrelaçam, vivências cujos efeitos futuros a seu tempo irei desvendar.

À Praia reservei uns fins-de-semana em Setembro, longe do bulício da época alta, quando a névoa pesada pede camisolas de lã fina e tostas em pão rústico.