Sunday, February 26, 2006

O Jogo da Sedução
Only You by Passionate Dreamer

Eis os 10 sinais que mostram que Love is in the air:

As pessoas relacionam-se, de uma maneira geral, em quatro distâncias: pública, social, íntima e sexual. A linguagem corporal dificilmente mente. Se observarmos com atenção os sinais do corpo, podemos ter uma ideia de como as coisas estão ou poderão correr…

1. Quando duas pessoas se aproximam demasiado para conversar é sinal de que há um grande interesse de ambas as partes (at least, for a start…)

2. A postura não engana! Quando alguém inclina os ombros para a frente em direcção ao parceiro e sinal que está interessado nessa mesma pessoa.

3. Quando um só tem olhos para o outro, a conversa não parece ter termo e ambos estão muito atentos a tudo o que o outro diz.

4. Sem querer, de forma inconsciente, os dois estão com a mesma postura, copiam os mesmos gestos, usam as mesmas frases e procuram interesses em comum para conversar.

5. As mulheres pendem a cabeça para um dos lados, em direcção ao ombro, empinam os seios e mexem muito nos cabelos – tudo para acentuar a sua feminilidade.

6. Os homens enchem o peito, encolhem as barriga, projectam a cabeça para a frente...

7. As mulheres costumam exibir as palmas das mãos quatro vezes mais do que os homens, numa forma de mostrar intenções apaziguadoras e amistosas, como se quisessem passar uma mensagem de paz e tranquilidade.

8. Em ambos os sexos, as pupilas dilatam, as pequenas rugas e as olheiras esbatem-se, podendo mesmo desaparecer. Mecanismos do corpo humano que não controlamos, mas que nos tornam mais atraentes em relação ao outro.

9. As vozes sincronizam-se: o mesmo volume, o mesmo comprimento das frases, uso de vocabulário semelhante (não raro, infantilizado e com diminutivos).

10. O sinal universal de conquista da mulher é a timidez. Ela focaliza o seu alvo quando sente que captou a atenção do outro desvia o olhar. Este ritual se aproximação e fuga existe para dar ao macho a sensação da conquista.


Contudo, alvo de grande polémica nas últimas décadas, cada vez mais mulheres são directas relativamente àquele que escolhem para potencial parceiro o que resulta em duas situações:

a) orgulho masculino ferido e tentativa gorada de aproximação;


b) atracção inesperada por quem tem confiança em si para prosseguir com uma abordagem, que se espera com graça, porque é admirado e valorizado quem corre o risco de levar um não de frente – isto não só facilita o trabalho do homem como pode engrandecer o seu ego.


Desafio:

Contem-me a vossa visão do ponto 10:
o que gostam, o que preferem, o que não suportam, sejam homens sejam mulheres...

That Look in Your Eyes by Passionate Dreamer

Fotos Passionate Dreamer em www.flickr.com



Friday, February 24, 2006

O computador tem sexo?



Será o computador um aparelho do sexo masculino ou uma máquina tipicamente feminina?

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Dizem as mulheres...
O computador é masculino porque:


1) Para captar a sua atenção, há que o acender;
2) Tem muita informação, mas pouca imaginação;
3) Pressupõe-se que ajude, mas a maior parte do tempo é ele o problema;
4) Quando nos decidimos por um sabemos que daí a pouco tempo é possível que encontremos outro modelo que mais nos satisfaça.

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Dizem os homens...
O computador é uma máquina feminina:


1) Só o seu Criador compreende a sua lógica interna;
2) A linguagem que utiliza para dialogar com outro computador é incompreensível e ininteligível:
3) Guarda o mínimo erro na memória para o mostrar a posteriori no momento mais inoportuno;
4) Quando nos decidimos por determinado modelo temos de estar preparados psicologicamente para gastos em acessórios, manutenção e upgrade.

O computador é fêmea.

Porquê?

Reparem em todas as entradas das fichas do PC - USB, ethernet, PS2, standard de 9-pinos, etc.

Cheguei a esta conclusão, depois de passar um pesadelo em que já me estava a imaginar sem o meu PC, qual episódio #56 do Sexo e a Cidade em que a Carrie Bradshaw viu a vida toda esfumar-se quando o PC crashou... Daí a importância dos backups...

Afinal a máquina é fêmea ou não?

Tuesday, February 21, 2006

Dick And Jane With Family Doin

Dick And Jane With Family Doin

Vidas (aparentemente) Perfeitas*


Não diria que é um ódio de estimação. É antes uma raiva, uma irritação. Sou uma mulher de paz, o mais que posso dizer é que tenho horror a todos os que insistem em mostrar o glamour das suas vidas perfeitas, os seus amores perfeitos, as suas famílias perfeitas, as criancinhas perfeitas, as casas perfeitas, os carros perfeitos, as roupas perfeitas, as jóias perfeitas, as festas perfeitas, as férias perfeitas, as viagens perfeitas...


Vemo-los nos empregos a puxar o lustro ao chefe, a falar da mulher bem sucedida profissionalmente, das crianças loirinhas e sobredotadas e do pedigree do cão. Mexem na aliança enquanto falam da carrinha espaçosa para levar os filhos à escola, da esposa exemplar e dedicada, querendo com isto que todos acreditem na estabilidade emocional de uma união feliz, pelo sagrado matrimónio, claro. Depois são as centenas de horas que tanto ele como ela fazem em prol da vida profissional, não mais do que subterfúgios para chegarem ambos tarde a casa, irem direitinhos para a cama e apagar a luz, não vá haver alguma ideia. As crianças? Essas vão de autocarro para escola e ficam lá no estudo, até tarde, e alguém que as vá buscar, caso contrário assim como foram também vêm pelos seus próprios meios.


Vemo-los nas revistas cor-de-rosa, casalinhos sorridentes de mãos dadas, a exibir o mais-que-tudo e os rebentos como troféus de um status que dizem terem. Mostram as casas lindas e impecavelmente decoradas, de tal forma que ficamos a pensar se aquilo são casas de bonecas ou se quem vive ali é gente a sério. Depois vêm os barcos, as quintas, o golfe, coisas de elite, sabendo-se lá de quem são e quem é que afinal paga todos aqueles luxos.


No fim, saltam as verdades que o que é aparente nunca dura muito tempo. É a mulher que fugiu com outro e, não contente, fez uma limpeza ao recheio da casa; é o marido apanhado com a amiga da filha numa estância de Inverno; são os divórcios cabeludos com histórias de cortar à faca que fazem estalar o verniz e lá se vai o nível; são os credores a bater à porta, os bens penhorados, os processos-crime mediáticos, as acusações, as difamações, as injúrias e tudo o mais que enche os bolsos de certa comunicação social.

Tenho horror à mentira!

Gosto do que é autêntico, de entrar numa casa e ver bonecos espalhados no chão, livros desalinhados, objectos fora do sítio. Gosto de sentir que há felicidade no ar, mas daquela que se constrói, que se alimenta de pequenas coisas, pequenos gestos, não de ostentações parvas e falsas. Gosto de quem se assume como humano, não de quem quer dar ares de máquina perfeita, diggital, com 0% de erro. Gosto de sentir que há vida e que a vida acontece, nem sempre perfeita, mas é vida.

1941 COCA COLA COKE ad VINTAGE SODA COUNTER FOUNTAIN
1941 COCA COLA COKE ad VINTAGE SODA COUNTER FOUNTAIN

* Desafio da Maria Pedro, ou seja, falar de um ódio de estimação.

Sunday, February 19, 2006

Lost in translation

Delírios de uma noite de Sábado. Cena passada no Lounge ao som de glam slam dance.

Eu: Olha, está ali um nerd!
Amigo: Podes crer! Aquilo é um nerd!
Eu: Será um nerd ou um geek?
Amigo: Ná, é um nerd.

nerds


Não fiquei muito convencida. Achei que o rapaz podia ser exemplar de um nerd-geek, mas faltavam-me dados para formar um juízo com toda a segurança. Entre um copo e outro, ao som da música electrónica, sacudi a cabeça e deitei para trás das costas essas questões de conceitos e suas fronteiras.

Hoje, porém, as dúvidas começaram a surgir em catadupa, e tudo por causa da Maria Pedro, do seu ódio de estimação e do seu desafio.

Em frente do meu objecto de culto, ligada ao mundo pelo cabo, eis que aparece de novo a MP a pedir-me para não a deixar ficar mal… Isto tocou-me fundo!

Deliciada com o Jazz da vizinha do lado, debito algumas palavras num documento Word cada vez menos em branco.

Levantei-me em busca de um Earl Grey, chá preto forte de sabor típico e vivo (my favourite, até prova em contrário) e detive-me de olhar perdido pela janela em busca de uma inspiração… Achei! Mas antes disso, impõe-se esmiuçar esta coisa dos nerds e dos geeks.

Sempre achei que o um nerd era um totó, não desinteligente, mas um totó sem competências sociais. Um geek seria um computer freak, um maluquinho da informática dos gadgets, mais sociável mas ainda assim detectável à distância.

Afinal, não estava muito longe das definições correctas, pelo que se seguem as conclusões:

1º) Nerds, greeks, hackers, crackers: são todos freaks!

Deixando para trás os tempos das feiras dos horrores e dos freak shows, a palavra freak designa actualmente todas as pessoas que têm uma personalidade fora do comum e é um termo que nada tem de ofensivo ou pejorativo. Trata-se apenas de dizer que alguém é diferente. Por vezes juntamos ao “diferente” o adjectivo “estranho”, mas isso é porque tudo o que sai fora dos padrões da normalidade (seja lá o que isso for) é “estranho”.

2º) Os geeks são uma sub-categoria dos nerds.

Nerd começou por ser um adjectivo como um sentido pejorativeo aplicado a pessoas de QI elevado, mas com dificulades acrescidas no relacionamento com os outros. Nerds seriam rapazitos de óculos de lentes grossas, com acne desenvolvido, normalmente calados e totalmente dedicados aos estudos, sem qualquer tipo de vida social. A vingança dos nerds veio quando um deles, Bill Gates, se tornou o homem mais rico do mundo…

Photo of Bill Gates taken from a 1985 Windows advertisement.

Photo of Bill Gates taken from a 1985 Windows advertisement.

Por causa deste senhor, os nerds reforçaram a sua auto-estima, e já há quem os defina como pessoas que sabem o que realmente é importante e que não perdem tempo com actos socialmente inúteis tais como dançar, beber copos e sair até altas horas da noite.

BillGates & Friendes2


Enquanto que os nerds se interessam por matemática, física e tecnologias ou áreas técnicas, os geeks como categoría de nerds, são mais ligados à informática e à ficção científica, (Star wars, Star treck, Matrix) aos videojogos cinema (Senhor dos Aneis, por exemplo) e à música electrónica. Há mesmo um Geek Code.

Concluindo, um geek é um tipo de nerd com interesses específicos, mantendo-se as dificuldades na interacção social. Todavia, os geeks conseguem ser um pouco mais sociáveis que os restantes nerds, pois têm um leque de interesses mais alargado e dado a convívio, mesmo que este seja reduzido ou pouco saia do plano virtual.
Um geek é, pois, mais extrovertido, enquanto que um nerd típico é mais conservador.

Os geeks são fascinados por tudo o que é novo, nomeadamente gadjets (brinquedos electrónicos - internet sem fios, palm tops, telemóveis sofisticados tudo isso são gadgets) , e respeitam muito os hackers.

É frequente um geek ser hacker, mas nem todos os hackers são geeks. Mesmo os geeks que são hackers nem sempre se assumem como tal, porque esse é um rótulo que deve vir dos seus pares, não deles próprios.

Embora os metamos todos no mesmo saco, nem todos os hackers são crackers!

Ora descomplicando, hackers são pessoas que por curiosidade, por brincadeira, para testar os seus limites e capacidades invadem sistemas informáticos alheios, sendo alguns deles pagos para testar a segurança dos sistemas. Um cracker fá-lo com a intenção de prejudicar e criar o caos, com objectivos egoístas e/ou financeiros.

3º) Há mais nerds e geeks do género masculino, pois diz-se que as meninas não têm tanta apetência para a Matemática e para as Ciências.

É a velha história de que os cérebros masculino e feminino funcionam de maneira diferente e isso dá apetências a homens e mulheres para diferentes profissões. É um tema polémico e não consensual. Ainda que haja essa diferença, a educação que se dá às crianças e que é diferenciada segundo o sexo, influi muito no desenvovimento do raciocínio. Talvez por isso haja tanta mulher em Direito, Línguas e Literaturas e tanto homem em Engenharia e Arquitectura.


4º) Nerds do it better! Que é como quem diz, Nerds make better lovers.

Será? Para saber ler mais aqui. Também reparei que há por aí muita fantasia com geek girls e que há mesmo um site de geek match... Um autêntico mundo de descobertas sobre o geekworld.

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Geek girls: They're smart, they're sexy, they're geeks

Geek boy's quote: "In this light, you remind me of Princess Leia."

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Geek underware

Wednesday, February 15, 2006

Prostituição - Outra opinião

phoneboothgirls by marccanter in flickr

marccanter - "phoneboothgirls" in www.flick.com


A polémica instalou-se e entendi por bem mostrar a argumentação de quem defende a prostituição, exactamente por ser uma opinião diferente da minha, espelho de uma mentalidade que também não é a minha.

Afinal, cresci numa Democracia pluralista em que a liberdade de expressão e a liberdade de opinião são direitos fundamentais elencados na nossa Constituição.

A ancestralidade da prostituição é um dado, tal como a ancestralidade do racismo, das desigualdades sociais, da criminalidade. São factos aceitáveis, só porque existem e sempre existiram? Para mim NÃO.

Não vou falar da chamada “prostituição encapotada”, das várias formas que há de troca de sexo por géneros. Essa prática funciona em ambos os sexos, pois há muito rapazola a viver à conta; não são só mulheres as interessadas em contas bancárias chorudas e em estilos de vida apetecíveis.

Falemos de prostituição feminina, pois é nela que se pensa logo que se ouve a palavra “prostituição”.

Há quem veja a prostituição como a protectora da família e do casamento, uma válvula de escape social e, portanto, como válvula reguladora de pressão.

O marido recorre a “profissionais do sexo” e volta todo sorridente e satisfeito para o lar, lar onde ficou a “mulherzinha chata”, de quem ele está farto de olhar todos os dias, aquela que até engordou depois de ter os filhos e o filme é mais ou menos este.

Há “mulherezinhas chatas”? Carradas delas. Há mulheres rezingonas que não facilitam nada e não há paciência para as aturar, nem dos maridos nem de ninguém. Mulheres que acham que “prenderam” um desgraçado com o casamento e com a prole. Isso justifica a prostituição? Para mim NÃO.

Há “homenzinhos chatos”? Eu diria que pouco interessantes, com um comportamento em casa e outro fora dela, que gostam de olhar para tudo o que mexe sem darem valor àquilo que pensam ter, porque o dão como garantido. Isso justifica o recurso a gigolos? Não, ela que se atrevesse. E que não lhe passe pela cabeça a infidelidade! “A minha mulher?! Nem pensar!”

Não, em vez de um casal conversar, encontrar interesses comuns, actividades que envolvam toda a família, de ambos se esforçarem por não olhar só para o respectivo umbigo, de não pensarem egoisticamente nas suas necessidades mas lembrarem-se que há um sentimento que precisa de ser trabalhado todos dias, porque uma união sólida constrói-se e dura aquilo que tiver de durar. Não, recorre-se à “válvula de escape”. E a vida continua, infeliz, aborrecida, sem graça.

Amsterdam18

Luís Vieira - "Amsterdam 18" in www.flickr.com

Mas a coisa não se fica por aqui.

Há quem defenda que os desejos e fantasias sexuais, tidos por moralmente "inaceitáveis", só podem ser satisfeitos por profissionais do sexo e, mais uma vez, cá está a prostituição em defesa da família, da moral e dos bons costumes.

Continuando, a prostituição absorve as taras e manias de potenciais violadores, retirando-os da rua – como se a violação tivesse forçosamente que ver com sexo e não com violência.

Depois ainda temos os deformados, os paraplégicos, os amputados e todos os que não têm outra forma de satisfazer as necessidades sexuais sem ser com a compra de serviços, prestados por profissionais do sexo, claro. Como se estas pessoas não pudessem ter uma vida sexual normal – aqui não posso deixar de me lembrar de todos aqueles que conheço, directa ou indirectamente, que, por infelicidade ou de nascença, são deficientes e têm uma vida normal, sexualidade incluída.

Não podia terminar, sem uma palavra às “seitas anti-prostituição”, esses grupos de falsos moralistas, esses estranhos activistas que insistem em combater o que sempre existiu, que passam a mensagem da prostituta-vítima, que acenam com números e estatísticas e que fazem da “luta anti-prostituição” uma obsessão. Isto quando não é de referir a Dra. Inês Fontinha, com os seus 18 anos de experiência na área, como a pior dessa espécie de “profissionais anti-putedo”.
Madeirense, 62 anos, formada em Sociologia, nomeada para o prémio Nobel da Paz em 2005, foi condecorada por Jorge Sampaio e homenageada pela Assembleia da República com o "prémio de Direitos Humanos".
A directora da Associação "O Ninho" foi homenageada pelo trabalho que desenvolve no apoio às mulheres obrigadas a prostituirem-se e no combate à própria prostituição. É também uma das fundadoras da Federação Europeia para o Desaparecimento da Prostituição.

Todas prostitutas são vítimas? NÃO. O exemplo é a empresária Heid Fleiss, que foi aprender a “profissão” para explorar a sua própria rede. Ela não gostava da prostituição em si, teve foi olho para o negócio. Esteve presa mas, após o cumprimento da pena, montou um negócio de milhões à custa da sua imagem mediática. Quantas Heidi Fleisses há por aí? Quantas são as empreendedoras que se mantêm longe do negócio organizado e vivem sem protecção de um chulo? Não são muitas, de certeza.

Legalização? Essa é outra questão, outra argumentação, outro post. É preciso distinguir o que é abolição, regulamentação, legalização e descriminalização da prostituição. Só depois podemos olhar com olhos de ver a experiência de outros países, nomeadamente a Holanda e como a Suécia.

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TwoCrabs - "IMG_4862", The view from our hotel window at the Ramada Amsterdam - girls working the red light district, in www.flickr.com

Sunday, February 12, 2006

Prostitutes from the former Soviet Union sell themselves at a nightspot, by Randy Olson in allposters

O que é a Prostituição?

Não é a profissão mais velha do mundo, porque nem sequer é uma profissão.

Não é um sonho de carreira que os pais desejem para as suas filhas e filhos. Assim como não vemos uma menina dizer: «quando for grande quero ser prostituta», também não concebemos um menino na sala de aula a dizer perante a turma: «A minha mãe é prostituta».

Não é um trabalho digno e adequado ser-se penetrado 20 vezes por dia. Não conduz à realização profissional nem à satisfação pessoal.

Não é só a penetração vaginal ou outra que está em causa
, mas a prática de um sexo selvagem, que assenta no domínio e na escravatura.

Não há uma única mulher ou homem que se prostituam porque querem ou gostem.
Todos eles têm o mesmo discurso: quando inquiridos, dizem que o fazem temporariamente, apenas para fazer face às agruras da vida; todos eles falam em sair «da vida»


Na prostituição todos os actos íntimos são rebaixados a um nível único - ao de um valor mercantil. Estamos perante o sexo separado de todo o significado humano - sexo objecto.

Não é um acto livre, porque não é uma opção: é a consequência de um estado de necessidade, inexperiência, dependência, estado mental ou fraqueza de carácter.

Negócio mais rentável do que a droga e rival do comércio de armas, a prostituição tem por base a miséria humana, as desigualdades e a escravidão.

As pessoas que se prostituem, invariavelmente, apresentam o perfil idêntico: infância caracterizada por carências económicas, habitação em condições sub-humanas, objecto de incesto e violação, gravidez precoce, desamparo da família.

A prostituição define-se como transacção psicosexual que envolve, em troca de determinada soma de dinheiro, o fornecimento de satisfação física e psíquica, num período específico de tempo - Francisco Allen Gomes, médico psiquiatra.

A prostituição prolifera porque «liberdade sexual» não implica que uma mulher aceda aos desejos sexuais de um homem quem não sente atracção, afecto. «Liberdade sexual», mais do que a escolha de parceiro, possibilita o dizer «não» sempre que não se queira ter sexo ou quando não se concorda com a prática sexual proposta..

A prostituição masculina é numericamente marginal, mas não deixa de existir. Os relatos no masculino são de uma violência inimaginável e profunda.

A prostituição foi reconhecida pelo ONU como violação dos Direitos Humanos e como
violência contra a mulher.

Foto: Prostitutes from the former Soviet Union sell themselves at a nightspot, by Randy Olson in www.allposters.com

Thursday, February 09, 2006

Diamonds Are A Girl's Best Friend

Marylin Monroe

"My goodness, Mr. Esmond. I don't want to marry your son for his money. I want to marry him for YOUR money."

A música


A canção celebrizada por Marylin Monroe, que a entoa numa voz quente e insinuante em Gentlemen prefer Blondes (1953), diz que os diamantes são os melhores amigos de uma mulher. Será?

Se o amor é eterno enquanto dura, a verdade é que estas pedras de luz são eternas para todo sempre.

koh-i-noor

koh-i-noor - "Montanha de Luz" - Pertence actualmente à Coroa Britânica

Conhecidos por Pedras do Sol ou pedras de Vénus, os diamantes vão buscar o nome à força e eternidade do amor, ao termo grego adamas que literalmente significa «impossível de domesticar», pois a misteriosa luz interior é associada ao fogo da paixão.

Lágrimas dos deuses para os Gregos, estilhaços de estrelas para os Romanos, olhos de estátuas sagradas e adoradas pelo Hindus, os diamantes sempre foram admirados e alvo de sonho e cobiça.

O diamante, símbolo do amor, representa também o poder e a riqueza, ou seja, o cúmulo do materialismo. Foi durante séculos privilégio da nobreza, da Igreja e de algumas castas superiores na Índia.

Solitário de Marylin Monroe - www.bombshells

A tradição do anel de noivado surge no Século VI, para ser reavivada em 1938 por De Beers, permanecendo até aos dias de hoje como um must de qualquer noiva.

Foi no ano de 1477 que o Duke Maximilian da Áustria, então Aquiduque da Áustria, ofereceu a Mary de Burgundy um anel de diamantes como um sinal de seu amor e a pediu em casamento. Ela aceitou seu pedido de casamento e assim nasceu o anel de noivado e compromisso. O depois Maximilian I colocou o anel no o terceiro dedo de sua mão esquerda da noiva, de acordo com a crença dos antigos egípcios para quem neste dedo passava uma veia direita ao coração.

Este costume esteve, durante muito tempo, afastado das classes mais pobres, pois as magníficas pedras estavam longe dos menos endinheirados.

144288~Gentlemen-Prefer-Blondes-Posters
Jane Russell told Marilyn, "You're the only girl in the world who can stand with a spotlight in her eyes and see what's inside a man's pocket."

A melhor amiga de uma mulher é a auto-estima. É algo que não depende de ninguém, só dela própria.

Para se realizar plenamente como pessoa, toda a mulher precisa aprender a acreditar em si, a ter uma atitude positiva perante a vida, a não ter receio nem vergonha de pensar nos seus desejos e nas suas ambições.

Auto-estima implica o auto-reconhecimento de valor e de capacidades. Implica ter coragem: coragem para dizer não quando é preciso, mesmo que custe; coragem para assumir responsabilidades por aquilo que se quer; coragem para defender pontos de vistas e ideias, por vezes contrários ou incómodos e que levam à resignação e à acomodação.

Com vontade e força interior é preciso passar à acção.

Ser-se empreendedor é totalmente incompatível com o ficar à espera que as coisas pura e simplesmente aconteçam ou com uma postura de dependência e de lamentação.

Entretanto, enquanto não se tem diamantes, contentemo-nos com o zircão (ou zircónio, como se queira chamar a essa pedrinha que a olho nú passa mesmo por diamante).

Haja amor, mas haja também conforto!

Madonna4

Monday, February 06, 2006

col63
I'm just a girl

Este é o título do primeiro post de All about Eve, a versão em Inglês de Tudo Sobre Eva.

Why? Why not? Exactamente 4 meses depois de dar o primeiro passo na blogoesfera, surgiu o desafio e a necessidade de escrever em Inglês.

É um desafio escrever numa língua em que não sou nativa.

É uma necessidade, porque embora o Português seja a terceira língua mais falada na Internet, o Inglês é universal.

Portugal está inserido na União Europeia, num Mercado Comum e chegou a altura de pensar maior. A verdade é que hoje estou em Portugal, daqui a um ano, quem sabe se não estarei num outro país europeu? Está tudo em aberto, porque na vida não se pode dar nada por garantido.

A Eva é a mesma, o estilo é o mesmo.

All about Eve não é uma colagem, é uma versão, pois os blogs estão em estádios diferentes. Pretendo reescrever a maior parte dos textos do Eva, mas tenho a perfeita noção que ao reescrever vou estar a recriar e novas ideias, novas formas de expressão, vão certamente surgir.

Aqui fica a comunicação oficial de que hoje, sob o signo de Aquário, nasceu Eve.

Sunday, February 05, 2006

Chain1

5 hábitos, 5 confissões

Coisas de Mocho... Mocho diz, Eva faz! Portanto, o melhor mesmo é dar andamento à tarefa e "seleccionar" mais 5 vítimas (temos pena!)

Aqui deixo 5 hábitos que me definem e que vos confesso:

- Estar sempre rodeada de livros, revistas, prints, etc. que se multiplicam sem eu dar bem por isso;

- Andar com uma mala grande, do tipo Mary Poppins, que é um mundo de utilidades;

- Mais do que estar comunicável é o facto de poder comunicar. Isto implica ter sempre comigo 2 telemóveis, que só atendo se tiver disponibilidade, que tem de ser física e mental;

- Quase nunca me separo do meu portátil (que tem o tamanho de uma folha A4);

- Tenho sempre umas histórias mirabolantes para contar, porque me meto sempre em peripécias que não lembram! Parece que o insólito vem sempre ter comigo. Ou serei eu que tenho uma fixação com o inusitado?

Clips in chain

Entretanto, após critérios maioritariamente aleatórios, os próximos a ir ao confessionário são:

Rosa do Sorriso-aos-molhos;

Nicolau do Sooono

Desconhecida

Esplanando

Meia Lua de Fala Comigo...



Friday, February 03, 2006

Tango Lesson by Maggie Heinxel-Neel

Tango Lesson by Maggie Heinzel-Neel

A escrita tem sexo?

Ultimamente, fala-se muito de escrita feminina, de escrita light, de escritores homossexuais... De repente, o sexo do autor passou a ser mais valorizado que a sua escrita!

Pareceu-me importante reflectir sobre este tema, pois também a minha escrita tem sido posta em causa. De várias formas, me tem chegado um som de retorno que me fez pensar sobre a mensagem que poderei ou não estar a passar com o que escrevo.

Recentemente afirmei, num mail pessoal, que
sem querer passar mensagem de feminista ou algo do género, os temas escolhidos pretendem abordar questões de homens e mulheres, sexo e sociedade, embora a perspectiva de base seja feminina, pois o facto de ser mulher acaba também por influenciar a forma como escrevo. Mesmo que eu queira ser imparcial, e acho que o sou, há um lado feminino que ressalta, como é normal.

Na verdade, há ideias fundamentais a reter:

- É redutor definir o que quer que seja pela orientação sexual ou pelo corpo do seu criador;

- É meramente acessória a questão do sexo do autor.

Tudo o que fazemos, assim como a nossa percepção que temos do mundo,
está inevitavelmente ligado à nossa maneira de estar na vida, à nossa experiência pessoal, aos factores culturais da sociedade em que nos inserimos, aos valores que pautam o nosso comportamento e que definem aquilo em que acreditamos.

Os nossos pensamentos, as nossas opiniões não aparecem desligadas de um contexto.

Não podemos esquecer que as pessoas têm um sexo, têm uma orientação sexual, mas isso é inerente à condição de pessoa, faz parte integrante da personalidade. Não é necessário estar sempre a afirmá-lo ou a propagá-lo aos quatro ventos.

Muito pertinente foi um texto que encontrei de Inês Pedrosa, O Sexo da Literatura. Esclarecedor quanto a esta questão, começa com uma confissão: só em 1997 me ocorreu que a arte podia ter orientação sexual.

Cheek to Cheek by Maggie Heinzel-Neel

Cheek to Cheek by Maggie Heinzel-Neel

Fotos em www.allposters.com

Wednesday, February 01, 2006

Conferências das Nações Unidas para a Mulher


Art Print

Pormenor da foto Veiled Tunisian Woman de Matthias Stolt

Em 1975 a Organização das Nações Unidas (ONU) designou o ano de 1975 como o Ano Internacional da Mulher e estabeleceu que de 1976 a 1985 seria a Década da Mulher.

Desde então, realizaram-se as seguintes Conferências Mundiais sobre a Mulher: I Conferência Mundial sobre a Mulher , na cidade do México, México, de 16 de junho a 02 de julho de 1975; II Conferência Mundial sobre a Mulher: Igualdade, Desenvolvimento e Paz, Copenhague, Dinamarca; III Conferência Mundial sobre a Década da Mulher , Nairobi, Quênia, de 15 a 26 de julho de 1985; e IV Conferência Mundial sobre a Mulher: Acção para a Igualdade, o Desenvolvimento e a Paz, Pequim, China, de 04 a 15 de setembro de 1995, à qual compareceram mais de 180 países e cerca de 35.000 pessoas.

Young Girl from Rajasthan - Olivier Folmi

Young Girl from Rajasthan de Olivier Follmi


A Plataforma de Acção aprovada em Pequim reafirmou os avanços conseguidos pelas mulheres nas últimas Conferências, com destaque para os direitos sexuais e reprodutivos, bem como a inclusão da discriminação racial/étnica como um obstáculo à igualdade entre as mulheres.

A Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, de 1979, frequentemente denominada a Carta dos Direitos das Mulheres, foi em Junho de 1999 ratificada por um total de 163 países.

Shantl Danseuse De Kerala by Olivier Folmi

Shantl Danseuse De Kerala de Olivier Follmi



A Sessão Extraordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas “Mulher 2000: Igualdade entre os Sexos, Desenvolvimento e Paz no Século XXI”, NY, 5–9 de Junho, teve como principal tema as mulheres e os confitos armados, envolvendo crimes cometidos contra mulheres sob o argumento de ser uma consequência da guerra: a violação, a escravidão sexual, a prostituição forçada, a gravidez e esterilização forçadas, e qualquer outra forma de de violência sexual que constitua uma violação grave das Convenções de Genebra. Outro problema associado é o elevado número de mulheres deslocadas e refugiadas.

Femme Touareg, By Pascal Maître

Femme Touareg de Pascal Maître

Em Beijing + 10, NY, de 28/02 a a 11/03 de 2005, a Comissão das Nações Unidas reuniu para a revisão de dez anos e avaliação da Plataforma de Acção de Pequim, concluindo que há numerosos domínios onde a igualdade das mulheres ainda não é uma realidade.

Quando se fala em igualdade, entende-se um por igualdade no respeito da pessoa humana e no reconhecimento de direitos que lhe são inerentes. As mulheres nunca serão iguais aos homens, nem é isso que se pretende.

A couple tango in a loving embrace by Pablo Vega

Pablo Corral Vega , A couple tango in a loving embrace


Contudo, é inegável que persiste a violência contra as mulheres, em todas as partes do mundo, nomeadamente quando há conflitos armados; é crescente a incidência do VIH/SIDA entre as mulheres; que subsiste a desigualdade entre mulheres e homens no plano laboral; que se mantém, em muitos países, a negação dos direitos em matéria de saúde sexual e reprodutiva; que existe desigualdade entre homens e mulheres, decorrente da lei, no que diz respeito ao acesso à terra e à propriedade.

Woman rock climbing, CA de Greg Epperson

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São apenas alguns dos problemas com que se debate a mulher actual...
Fotos: todas de www.allposters.com