Wednesday, May 31, 2006

top_key

“Cada amigo representa um mundo dentro de nós, um mundo que possivelmente só nasceu quando esse amigo chegou, e é este encontro que permite o nascimento de um mundo novo." - Anaïs Nin


Todos procuramos incansavelmente o Amor, mas não nos podemos esquecer de dar o devido valor à Amizade.

Os verdadeiros amigos são testemunhas das nossas experiências, ajudam-nos a ser objectivos, a não perder a perspectiva, dando-nos o seu apoio ou abrindo muito os olhos. Umas vezes precisamos de um ombro amigo, de um abraço forte, outras vezes temos necessidade de um “tratamento de choque”, de alguém que nos faça parar um pouco, que nos ajude a colocar as questões certas.

Os verdadeiros amigos inserem-se na nossa rede social como prova de que os relacionamentos amorosos acrescentam valor à nossa vida, mas não a esgotam.

Wednesday, May 24, 2006

Gamofobia ou Medo do Casamento

Ahhh.... The Happy Couple by pmsandvodka in flickr.com

Embora de difícil quantificação, um número significativo de homens e mulheres tem uma aversão intensa ao compromisso de uma vida a dois, em especial quando esse compromisso é formalizado pelo casamento.


A gamofobia ou medo do casamento é um distúrbio psíquico que se traduz num medo mórbido, irracional, desproporcional, persistente e repugnante do matrimónio.

wedding vow female by proasic- in flickr.com


Passo consecutivamente adiado ou totalmente evitado, uma vida em casal implica que as pessoas estejam preparadas para concessões mútuas, alguma renúncia e um equilíbrio que pode ser posto à prova pelas agruras da vida – na alegria e na tristeza, saúde e na doença, na riqueza e na pobreza…


Alguns solteiros convictos, cientes da irracionalidade da forma como encaram o casamento, são incapazes de lidar com a ideia de compromisso matrimonial. Nos homens esse medo está grandemente associado à perda de identidade, à visão do casamento como privativo da liberdade e à vontade de prolongamento de uma adolescência plena de folia e ausente de responsabilidades. Já nas mulheres, nomeadamente nas que estão habituadas a uma vida independente, o casamento surge como uma possibilidade terrível de submissão económico-financeira e perda de controlo.


Contudo, esta fobia é mais característica no sexo masculino, pois a mulher em razão do seu relógio biológico sente mais necessidade e urgência na constituição de uma união estável para formar uma família e ter filhos, ou seja, o vislumbre de um futuro consistente e duradouro.


As causas profundas da gamofobia radicam no inconsciente e nos mecanismos instintivos de defesa, que estão directamente relacionados com acontecimentos passados que fazem a ligação do casamento a um trauma emocional. Esse trauma pode ter sido vivenciado por alguém que é próximo (pais, irmãos, vizinhos) experienciado pelo próprio (caso de um casamento anterior que falhou) ou motivado por um facto exterior e ficcional mas que influi de modo decisivo na formação da personalidade, como por exemplo, o visionamento um filme ou série de televisão.


Todavia, psicólogos e psiquiatras são unânimes no que toca à principal razão de fundo da gamofobia: é a dificuldade de algumas pessoas em assumir a idade adulta que leva à falta de maturidade e consequente incapacidade para lidar com a responsabilidade de dar início a uma família, acto geralmente oficializado pelo casamento.


As manifestações da gamofobia variam de pessoa para pessoa e cada caso é um caso. Os sintomas mais usuais e visíveis são: ansiedade, ataques de pânico, boca seca, insónias, enxaquecas, batimento cardíaco irregular, palpitações, respiração ofegante, náuseas, suores, alergias e irritações cutâneas

wedding Cake by Sam Judson in flickr.com

A wedding cake, with a wedding cake on... mmnn


Um facto inegável é o de que uma relação estável, comprometida, não precisa necessariamente culminar no casamento.

Outro facto que não se questiona é o de que certezas ninguém as tem e erros todos cometemos.

Isto não invalida a que se dê alguma atenção aos sinais de alerta, por vezes de natureza aparentemente irracional, que nos impedem de levar adiante uma relação com alguém. Infelizmente, na ânsia de consumar um projecto de vida que muito queremos ou que achamos que é necessário à nossa progressão na vida adulta somos levados a arrastar uniões condenadas à partida, a situações que só trazem dor e sofrimento tanto a quem tem de cortar o laço como a quem é abandonado. Aqui tem de imperar não só o auto-conhecimento, mas também a capacidade de visualizar com clareza as consequências que pode acarretar uma decisão ou a sua omissão.

A terapia, a hipnose, a programação neuro-linguística são algumas formas de minimizar e eliminar a fobia ao casamento.

Conclusão: devemos dar a devida importância aos nossos instintos de protecção e distinguir o que é um receio perfeitamente ultrapassável de uma patologia que requer um pedido de ajuda e um processo de cura.

By Panos Photographics in flickr.com - Nikos Quality Cakes set


Dois filmes impressionantes: "A Guerra das Rosas" com Katheleen Turner e Michael Douglas e "Mr & Mrs Smith" com Angelina Jolie e Brad Pit - Até que ponto o medo de uma ruptura explosiva ou a descoberta de viver anos com um autêntico estranho pode condicionar um futuro compromisso, marcando negativamente indivíduos mais sensíveis e susceptíveis?

Sex and the City, episódio 60 - "Just say yes" e episódio 63 - "Change the dress" : a pressão de Aidan sobre Carrie para formalizar a união leva a manifestações de ansiedade e pânico. Será que Carrie sofre de ataques de gamofobia ou simplesmente, no fundo do seu coração, sabia que Aidan não era a pessoa certa?

Friday, May 19, 2006


Não fique a dormir: goze a vida!

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Os videos "Ela" e "Ele"

"Portugal tem mais de 40.000 restaurantes, 5.000 bares e discotecas e cerca de 10 milhões de habitantes dos quais 1/3 são solteiros!" Não fique aí a dormir.


"Portugal tem mais de 500 praias, 5.000 restaurantes e esplanadas, e 1001 formas de cozinhar bacalhau". Não fique aí a dormir.

“Tomar café” é sempre um bom motivo para sair de casa:

- É acessível*;
- Estimula o relacionamento interpessoal;
- Reforça laços de afectividade;
- Pode ser praticado nos mais diversos locais, em qualquer altura do ano, outdoor ou indoor, sozinho ou acompanhado

*Alguns estabelecimentos “puxam” o preço, porque o ambiente também se paga. Contudo, vezes não são vezes e as possibilidades de escolha são múltiplas. Felizmente para o consumidor, a concorrência é mais que muita.

Com um apelo certeiro à auto-estima, a Nicola soube explorar todo o potencial do hábito social.

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Já a Nespresso optou por uma campanha centralizada no rico, sensual, intenso e único sabor do café, escolhendo para embaixador George Clooney, quem mais?

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O video a não perder!

Outras marcas:

Wednesday, May 17, 2006

6-VI-Amoureux

O Karma e o Amor


Taróloga: Ó minha querida, a menina tem um karma nos amores… Mas isso já sabia, não é verdade?
A consulente apenas abanou a cabeça em sinal afirmativo.
Taróloga: Ainda não chegou o seu tempo.
A consulente, mulher dos seus 40 anos, continuava a movimentar a cabeça mostrando a sua concordância com a interpretação do jogo de tarot.
Taróloga: A menina tem de sair de casa, divertir-se, dançar, ter uma actividade, porque o amor não lhe vai cair na sopa… Tem de lutar por ele.


Foram mais ou menos estas as palavras de uma consulta de tarot transmitida em directo, por volta da hora do almoço, num canal nacional. Portanto, trata-se de um diálogo verídico com que me deparei por mero acaso. Ou talvez não, para quem acredita que o acaso não existe.

Vamos então por partes.

Traduzido literalmente do sânscrito por “acção”, Karma designa a lei universal da causa-efeito numa perfeita simetria, justificando que uma acção intencional, consciente, deliberada e voluntária é geradora do consequente efeito, nesta ou noutra vida.
Assim sendo, uma boa acção pode despertar um efeito positivo para quem praticou o bem, tal como a prática do mal acarreta inevitavelmente consequências negativas para quem comete tais actos danosos. Acções neutras como dormir ou caminhar não têm consequências morais.

Não é necessário acreditar na reencarnação para aceitar a existência do Karma.


O Ocidente importou o conceito de Karma colocando-o sob a lente dos princípios cristãos de culpa e pecado, atribuindo-lhe uma conotação unicamente negativa que implica a paga das más acções do passado com dor e sofrimento.


Todavia, seja o Karma da vida actual ou de vidas passadas, a pessoa tem a capacidade, com a sua vontade e auto determinismo, de praticar o bem e criar novas situações que lhe tragam efeitos positivos e benéficos.


Oráculo muito antigo, o tarot encanta pelo mistério das suas origens desconhecidas e suscita a curiosidade humana sobre os acontecimentos futuros e a possibilidade de os influenciar. Pode ser entendido como mensageiro do inconsciente, ou ponte entre o espiritual e o terreno já que, por um lado é o consulente que com a sua energia escolhe as cartas e parte do baralho, por outro lado é uma ligação um plano superior que guia e inspira a leitura.


Quanto à afirmação “ainda não chegou o seu tempo” leva à interrogação “o que é que eu fiz?” É cortante ouvir uma expressão destas, potenciadora de esperança mas que mais se assemelha à cenoura em frente do nariz do burro, que insiste em tentar apanhá-la sem ter sucesso.

Do episódio relatado chegamos a um final que é intuitivo: serão maiores as probabilidades de conhecer alguém interessante se tivermos uma vida, se sairmos de casa, se nos juntarmos a pessoas que tenham disponibilidade e interesses em comum, se formos capazes de ser imaginativos e de realizar actividades que nos permitam socializar e conviver. Ninguém precisa de tarot para saber que o amor acontece. Aliás, as cartas nunca nos dizem qual é o “nosso tempo”, temos de ser nós a descobri-lo.

Monday, May 15, 2006

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Experiências virtuais à lupa


A Internet, nas suas várias vertentes, é uma ferramenta que podemos usar no trabalho, no estudo ou para fins lúdicos e recreativos. A Internet não é mais do que tecnologia posta ao serviço das relações humanas.

Porque manuseada por pessoas e para pessoas, a Internet tornou-se num meio de estabelecimento de relações. A Internet pode ajudar-nos numa triagem, ou seja, servir para chegarmos à conclusão de que já vimos o suficiente de determinada pessoa para sabermos o lugar que lhe queremos dar ou não na nossa vida.

A Internet aproxima-nos dos outros e favorece a ubiquidade É também um meio privilegiado para cimentar amizades e relações com quem já conhecemos pessoalmente, pois a distância e as agendas preenchidas dificultam os encontros físicos.

A Internet é um mundo de armadilhas?

A Internet tem um alcance ad infinitum e um grau de exposição que é difícil de controlar. Podemos facilmente, no calor de um momento ou por inexperiência, não ter essa noção e cometer erros.

É muito mais fácil escrever...transbordamos todos os sentimentos, quase sem pudor. Consegue-se escrever, o que muitas vezes não se consegue dizer.

Consequências? Como em todo o lado, há pessoas bem e pessoas mal intencionadas e nem tudo é o que parece. Estamos sujeitos a enganarmo-nos tal como acontece quando conhecemos alguém numa festa, num restaurante, num bar, numa exposição, num consultório, numa repartição de finanças, num incidente que nos faz tropeçar e olhar mais atentamente para o outro e querer aprofundar esse conhecimento. O facto de alguém nos ser apresentado por amigos comuns, de ter uma cara de anjo ou de se encontrar num determinado local não é garantia de nada.

A forma não nos impede de ter correr riscos nem amortece as quedas. Os limites somos nós que os traçamos e os riscos corremo-los porque queremos. Se alguém domina habilmente o uso das palavras e com elas encanta e seduz o que vem a seguir é apenas aquilo que nós quisermos que seja. Não é só na Internet que as pessoas mostram o que querem e a leitura do outro requer sempre habilidade e nunca está isenta de enganos

Gostamos do que lemos ou da pessoa que escreve?

Gostamos do que lemos. Gostamos de ideias, de opiniões, de determinada visão do mundo. Podemos começar a simpatizar com a personalidade de uma pessoa se vai revelando através da escrita, mas isso implica um contacto mais pessoal via e-mail, Messenger ou troca de comentários. Essa empatia não surge dos posts ou artigos publicados, mas de outro tipo de contactos.


Criar expectativas faz parte do ser humano. Decalcar a personalidade de alguém pela sua imagem ou pelas suas palavras também. Fazemo-lo constantemente, quase sem dar conta. Somos emissores de mil e uma mensagens, mesmo sem abrir a boca, assim como estamos sempre de radar ligado a captar o que se passa à nossa volta. Podemos estar a tomar um café rápido, mas não deixamos de olhar para a pessoa que está ao nosso lado e, num ápice, tirarmos-lhe um RX - o que veste, o que calça, a aliança na mão esquerda, as chaves do carro na mão direita - fazemos o filme da sua vida.

Quando conhecemos alguém, o desafio está em adequar a ideia que fizemos nos primeiros 5 segundos à realidade, separar a verdade da ilusão.


“Aceito o que vem de bom e descarto o que não vale a pena” – uma máxima que revela sabedoria e a seguir, sem restrições, em todos os campos da vida
.

Monday, May 08, 2006

Relacionamentos virtuais - uma visão pessoal

Online love affair - virtual red rose Stock Photography by Steve Smith

Ter 6 meses de vida na blogosfera é igual a quase nada. Sei o que é o IRC, o que são salas de chat, mas nunca fui uma habitué. A pergunta sacramental “és M ou F?” aliada a uma conversa vazia e picante sempre foi o suficiente para me irritar. Detesto o óbvio e o pouco consistente, daí achar que a maior parte das conversas eram uma perda de tempo.

Ainda assim, aventuro-me a escrever sobre a Internet e a interacção das pessoas. Nada de muito exaustivo e não mais do que uma visão pessoal, uma perspectiva global sobre os “relacionamentos virtuais”.

“Relacionamento virtual” parece-me um conceito suficientemente amplo, com a capacidade de abranger a mais simples das amizades, o preenchimento de necessidades emocionais, o flirt virtual que pode ir do engate à conquista, o amor platónico à distância de um click, a paixão cibernética, o romance perfeito assente em megas, bits e bytes.

A procura do outro refinou-se e acompanhou os tempos. A Internet tornou-se, assim, um meio privilegiado de estabelecimento e desenvolvimento de relações humanas, nomeadamente as que se ligam à afectividade – Amor, Amizade, Sexo.

Sites, chats, blogs, fóruns, todos são formas de comunicação e podem servir como plataforma de encontros virtuais, mesmo que não tenha sido esse o objectivo inicial. Os objectivos de quem os procura são diversos: combate à solidão, distracção, alargamento da rede social de conhecimentos, sexo, procura do companheiro ideal…

Como todas as relações que estabelecemos com os outros, qualquer que seja a sua natureza, elas podem crescer, evoluir, estagnar, morrer aos poucos.

Aos relacionamentos virtuais pode-se acrescentar o audio, a fotografia, a webcam ou navegar indefinidamente num mar de gente que não se quer conhecer mais do que o estritamente necessário. Num passo quase intuitivo, pode-se passar do ecran de pixels e das palavras escritas para dimensões mais físicas. Basta haver vontade e quebram-se barreiras.

A vontade é o elemento fundamental. Podemos estar num locar público – supermercado, consultório, paragem de autocarro, bar, discoteca, etc. - o nosso olhar cruzar-se com outro e querermos ou não estabelecer uma relação, seja ela de que tipo for. Outro exemplo é frequentar um curso, um ginásio e termos o direito de sermos mais ou menos reservados. Trocar o nº de telemóvel ou e-mail? O dar-mo-nos mais ou menos é uma escolha nossa. Só nós podemos definir os nossos limites.

Afinal, o que tem a Internet de tão fascinante?

- A possibilidade de uma ligação ao mundo, uma realidade tão vasta da qual não conseguimos ter noção;

- A extensa quantidade de informação;

- A aproximação das pessoas independentemente da idade, sexo, localização, situação económica, social ou profissional;

- A prevalência de características pessoais que extravasam os atributos físicos ou materiais;

- A construção do Eu que assenta naquilo que queremos mostrar, com o inevitável enaltecimento das qualidades em detrimento dos defeitos;

- Um relativo anonimato que estimula a confidência, a partilha, o deixar cair das máscaras;

- A ousadia de nos mostrarmos com todas as nossas idiossincrasias e imperfeições;

- A protecção contra a rejeição num meio que proporciona uma armadura contra a crítica e o sentimento de fracasso.

As comunidades que se vão formando, de forma natural e pouco programada, consubstanciam um círculo de “estranhos conhecidos”, que passam a fazer parte das nossas relações diárias, de quem sentimos a falta quando estão muito tempo sem aparecer ou sem dizer nada. Habituamo-nos a uma rotina de visitas que nos dão prazer e nos fazem ter uns minutos de descontracção.

A aparente frieza de um mundo em que cada um de nós se encontra por detrás de um monitor é semelhante ao estar só no meio de uma multidão. A impessoalidade é uma característica da massificação. Mas podemos contornar o impessoal humanizando a comunicação, o que é mais um passo para a transição do interlocutor de ente imaginário e abstracto a ser de carne e osso.

Woman touching a virtual screen with a liquid heart Stock Photo  byMaciej Frolow

Somos o que escrevemos?

A empatia que sentimos pela escrita de alguém, a cumplicidade que se gera, a sintonia de ideias, gostos interesses, catapultam a passagem a um conhecimento mais profundo, aguçam a curiosidade e levam a outras formas de relação. Nada mais humano.

O impacto da palavra escrita é um fenómeno engraçado e inesgotável. Quantas vezes queremos transmitir uma mensagem e o retorno recebido é claramente o oposto à nossa intenção?

Todavia, as palavras que usamos, as ideias que transmitimos, as imagens que escolhemos, tudo isso fornece pistas, indícios da nossa personalidade. O que se quer revelar pode não corresponder à realidade, pode ser uma ficção construída, mas é alguma coisa, especialmente se se atravessa a ponte entre o virtual e o físico.

Acredito que os vínculos que se estabelecem virtualmente tenham uma base real e possam ser o embrião de sentimentos muito bonitos e profundos.

Afinal, on-line podemos rir, chorar, desenvolver sentimentos intensos de afecto que podem chegar ao enamoramento, à paixão, ainda que só por si, os relacionamentos só virtuais sejam incompletos, pobres de importantes manifestações humanas como as tão ricas expressões faciais, a postura corporal, o timbre e diferente registo que pode assumir a voz.

A sedução pode começar na escrita, no envolvimento com um ser que de palavras se vai construindo. Ao contrário do mundo físico, a atracção começa pela interioridade. A reacção química dos corpos é guardada para um momento posterior e é sempre um risco que pode levar ao fantástico ou ao desânimo. Mas uma coisa é certa: quer no físico quer no virtual, a ideia que fazemos do outro, de início grandemente apoiada na imaginação, tem um papel preponderante no que se vai desenrolar a seguir.

Racionalidade e afectividade não combinam. Não falta quem defenda que o Amor romântico e arrebatador é uma insanidade mental temporária, um estado em que se mistura o desejo com a ilusão, um desequilíbrio neurohormonal comandado por impulsos que transcendem a razão – o psicólogo Robert Sternberg e a antropóloga Hellen Fisher. Logo, tudo é possível: amor à primeira vista ou através do teclado...


Thursday, May 04, 2006

Pela boca morre o peixe...



Devemos contar tudo ao outro? Essa é uma das velhas questões e as opiniões dividem-se, pois claro.

Passado é passado. Cada um tem o seu. Afinal, ninguém é obrigado a contar tudo, não é?

Há umas quantas coisas que o melhor é ficarem guardadas, enterradas, pelo menos até haver confiança na relação que permita este tipo de confidências. Das duas uma: podemos estar com alguém que tenha abertura e estômago para aguentar uma história mais hard-core ou, podemos magoar a pessoa com quem estamos no momento presente com um episódio que é nosso, que pertence ao que já vivemos e não há necessidade de o partilhar.

Se, por um lado, defendo que temos mais a ganhar em sermos nós próprios, genuínos, espontâneos, sem máscaras, por outro lado também fica bem pensar um pouco antes de abrir a boca, especialmente porque há verdades que podem doer.


Video recebido por mail da MP: Thanks! Adorei!

Monday, May 01, 2006

Pequenos prazeres

Woman Reading By Hotel Swimming Pool., Las Vegas, Nevada, U.S.A., by Ray Laskowitz


Cada um tem os seus. Às vezes andamos demasiadamente ocupados para pensar neles. Contudo, há pequenos gestos que significam muito, coisas relativamente simples que dão cor à vida e nos fazem sentir tão bem…

- Uma boa conversa;
- Uma cama com lençóis lavados e bem esticados;
- A praia – olhar o mar, o cheiro da maresia, andar descalça na areia;
- Uma noite de lua cheia;
- Dançar;
- Ouvir músicas antigas;

- Uma chuvada no Verão;
-
O Sol no Inverno;
- Um e-mail, um telefonema, um encontro inesperado
- Chocolate em barra, bombons, bolo de chocolate, brigadeiros, chocolate quente, gelado;
- Pasteis de nata e pasteis de Belém;
- Pasteis de feijão, 1 D.Rodrigo;
- 15 Minutos de massagem shiatsu;
- Uma camisola de lã quentinha;
- Perder-me em lojas ou feiras à procura de pechinchas;
- Ficar horas em livrarias;
- Não ter horas para nada;
- Um bom filme;
- Um bom livro;
- O arco-íris;
- Apreciar a paisagem de um ponto alto;
- Partir sem destino;
- 1 Caipiroska depois de um dia de trabalho;
- Entrar numa loja e experimentar roupa diferente...