
Uma questão de atitude
"In my heart, I think a woman has two choices: either she's a feminist or a masochist." - Gloria Steinem
Falsa emancipação da Mulher? Não. Acho que estamos a meio caminho. Mais, a minha postura optimista leva-me a acreditar que se vai avançando, lentamente, nesta alforria, nesta luta que tem por objectivo a mudança de mentalidades não a supremacia do sexo feminino. Um dia de cada vez, milhares de mulheres em todo o mundo fazem o seu próprio caminho, estudam, trabalham, são mães, são mulheres.
Os obstáculos, as contrariedades, os atropelos existem, muitos deles vindos de onde menos se poderia esperar, ou seja, das próprias mulheres. Custa-me sempre ouvir comentários machistas e misóginos, tal como expressões racistas, xenófobas e de algum modo discriminatórias. No entanto, o que mais dói, o que mais me tira do sério, são as críticas destrutivas vindas de mulheres que se regem por preconceitos masculinos, mulheres que se subestimam, mulheres que cobardemente criticam as mulheres que têm a coragem de serem elas próprias.
Uma mulher é constantemente posta à prova durante a sua vida, sendo os exemplos disso mais que muitos. Mas uma mulher só passa a vítima se ela própria se martirizar.
A profissão e a maternidade
As mulheres que tiveram a possiblidade de optar entre uma profissão ou serem mães a tempo inteiro, as mulheres que se dividem por opção ou condição entre a maternidade e a carreira, vivem invariavelmente com um sentimento de culpa por terem feito uma escolha ou vivem com o complexo de tentarem exercer irrepreensivelmente as duas, numa tentativa supra-humana de serem boas mães e boas profissionais. Acredito que, com ajuda, podem consegui-lo, mas é uma questão que não se coloca aos homens. Aliás, um homem que queira ser pai a tempo inteiro ainda é uma raridade e qualificado como um ser fraco e dependente da mulher.
A profissão e as tarefas domésticas
Uma mulher que contribui para a economia familiar com o seu ordenado deveria esperar do seu companheiro uma contribuição equitativa no trabalho doméstico. Afinal, quando chegam a casa, ambos estão cansados e ambos têm responsabilidades na gestão do lar. Contudo, é sobre a mulher que recai a obrigação de ter a casa limpa, arrumada, o jantar na mesa, a roupa passada… A “ajuda” do homem costuma ser insuficiente, porque “ajudar” não é o mesmo que “repartir”, “partilhar”.
A imagem da mulher
Há mulheres que se queixam porque são tratadas como objectos sexuais, mas elas são as primeiras culpadas porque se reduzem a bocados de carne, corpos ambulantes, mais pelas atitudes do que pelo guarda-roupa.
E podia continuar, mas prefiro terminar como comecei, citando Gloria Steinem: "O primeiro problema para todos, homens e mulheres, não é aprender, mas desaprender".
Outras citações de Gloria Steinem