Sunday, February 12, 2006

Prostitutes from the former Soviet Union sell themselves at a nightspot, by Randy Olson in allposters

O que é a Prostituição?

Não é a profissão mais velha do mundo, porque nem sequer é uma profissão.

Não é um sonho de carreira que os pais desejem para as suas filhas e filhos. Assim como não vemos uma menina dizer: «quando for grande quero ser prostituta», também não concebemos um menino na sala de aula a dizer perante a turma: «A minha mãe é prostituta».

Não é um trabalho digno e adequado ser-se penetrado 20 vezes por dia. Não conduz à realização profissional nem à satisfação pessoal.

Não é só a penetração vaginal ou outra que está em causa
, mas a prática de um sexo selvagem, que assenta no domínio e na escravatura.

Não há uma única mulher ou homem que se prostituam porque querem ou gostem.
Todos eles têm o mesmo discurso: quando inquiridos, dizem que o fazem temporariamente, apenas para fazer face às agruras da vida; todos eles falam em sair «da vida»


Na prostituição todos os actos íntimos são rebaixados a um nível único - ao de um valor mercantil. Estamos perante o sexo separado de todo o significado humano - sexo objecto.

Não é um acto livre, porque não é uma opção: é a consequência de um estado de necessidade, inexperiência, dependência, estado mental ou fraqueza de carácter.

Negócio mais rentável do que a droga e rival do comércio de armas, a prostituição tem por base a miséria humana, as desigualdades e a escravidão.

As pessoas que se prostituem, invariavelmente, apresentam o perfil idêntico: infância caracterizada por carências económicas, habitação em condições sub-humanas, objecto de incesto e violação, gravidez precoce, desamparo da família.

A prostituição define-se como transacção psicosexual que envolve, em troca de determinada soma de dinheiro, o fornecimento de satisfação física e psíquica, num período específico de tempo - Francisco Allen Gomes, médico psiquiatra.

A prostituição prolifera porque «liberdade sexual» não implica que uma mulher aceda aos desejos sexuais de um homem quem não sente atracção, afecto. «Liberdade sexual», mais do que a escolha de parceiro, possibilita o dizer «não» sempre que não se queira ter sexo ou quando não se concorda com a prática sexual proposta..

A prostituição masculina é numericamente marginal, mas não deixa de existir. Os relatos no masculino são de uma violência inimaginável e profunda.

A prostituição foi reconhecida pelo ONU como violação dos Direitos Humanos e como
violência contra a mulher.

Foto: Prostitutes from the former Soviet Union sell themselves at a nightspot, by Randy Olson in www.allposters.com

59 comments:

Nuno said...

Muito interessante, e a fotografia está muito bem escolhida.

Meia Lua said...

Triste, muito triste que alguém por necessidade ou por falta de opções na vida, tenha que se prostituir. Mais triste ainda aqueles que procuram estes serviços, principalmente quando não são propriamente pessoas carentes, que não tenham ninguém... mas pessoas que muitas vezes convivem ao nosso lado... mais uma das chagas da nossa sociedade...
(sempre tão próprios os teus temas) beijinho

Unknown said...

A prostituição não é apenas sexual ou física.
Olhe-se para quem não tem escrúpulos e deseja o poder a todo o custo.
Para a mentira vil que destrói um castelo.
Inclusivé, o politicamente correcto é um sub-género da prostituição.

Bem, nunca mais me calava...

wind said...

Deixa-me acrescentar as prostitutas finas, as que trabalham no "elefante branco2 por exemplo.
Sou a favor da legalizaçãoda prostituição, porque assim as mulheres estavam mais defendidas em termos de saúde e dos chulos. bjs

Eva Shanti said...

Nuno,

Obrigada pela visita. As fotos para mim são muito mais que um detalhe: também falam!

Meia Lua,

Dizes tu muito bem: muitos dos cliente são pessoas que convivem ao nosso lado. Umas dessas pessoas sabemos que o fazem, até se gabam; outras nem sonhamos que têm por hábito frequentar determinadas ruas da cidade à procura de serviços sexuais.

Xá,

O conceito de prostituição é muito claro: troca de serviços sexuais (que visam de quem os procura uma satisfação física e psíquica) por dinheiro.

Quanto às pessoas que se servem do sexo para atingir determinados objectivos - uma promoção profissional, por exemplo - aí há já estamos no campo do sexo consentido, da utilização do sexo como opção e a questão do dinheiro não é tão óbvia e tão mediata.

Há uma tentativa de incluir estas trocas de favores no conceito de prostituição, mas está errado. Aliás, discordo totalmente do definição que consta da Wikipédia.

Resumindo, prostituição = venda do corpo para satisfação física e psíquica de outrém ( e compra e venda implica €€€, caso contrário é uma permuta).

De qualquer forma, vou atrever-me a falar um pouco sobre a relação prostititua(o) - Proxeneta - Cliente (a relação triangular é a mais frequente).

Wind,

Na verdade, a prostituição de rua nos países ocidentais corresponde apenas a 20% do total.

Legalização: sim ou não? É um ponto importante e vou falar dele com detalhe.

Sendo um tema complexo e como os meus posts têm quase sempre um tamanho considerável, deixei estas duas questões para uma abordagem posterior.

Bjs e boa semana

Leonor said...

ola eva.
ainda bem que gostas das minhas historias. sao os minutos do meu dia a dia. os miudos nao me deixam cair na rotina do desespero vazio.

quanto aos teus artigos, excelentes como sempre. o anteiror, o do anel de noivado está muito articulado.

beijinhos da leonoreta

Eva Shanti said...

Querida Leonoretta,

As tuas histórias são lições de vida. A simplicidade das crianças põe-nos com um sorriso nos lábios a deixa-nos a pensar...

Os meus textos são um hobby: faço-os por gosto. Obrigam-me a pensar, a reflectir, a amadurecer ideias; aprendo com eles e com o debate de ideias que até agora se tem proporcionado.

Bjs

CS said...

"Não é um acto livre, porque não é uma opção: é a consequência de um estado de necessidade, inexperiência, dependência, estado mental ou fraqueza de carácter".

Sempre tive reservas neste ponto.

Estado de necessidade é aquilo que se chama uma causa de exclusão da ilicitude dos actos, mas, não justifica, em princípio, uma situação duradoura ou prolongada, uma vida.

Inexperiência, dependência, fraqueza de carácter, etc. aplicar-se-á em certos casos. Mas não justifica a maioria...

Evinha explica :)

Beijos!

Eva Shanti said...

Ai MP,

No que tu me metes! Confesso que decalquei essa frase do art. 282º do CCP - negócio usurário.

Para mim, a exploração que é feita pelo proxeneta da pessoa que se prostitui é um negócio usurário!

Bjs

Eva Shanti said...

MP,

E sim: dependência, fraqueza de carácter, falta de auto-estima, um estado de necessidade perpetuado (estou a pensar em situações de pobreza extrema ou de escravidão sexual ou mesmo de coaação) explcam anos e anos de uma vida na prostituição.

Tal como explicam anos e anos de vida de pessoas que têm uma existência de sofrimento que às vezes nós, que estamos de fora, não compreendemos.

Bjs

João C. Santos said...

"Na prostituição todos os actos íntimos são rebaixados a um nível único - ao de um valor mercantil. Estamos perante o sexo separado de todo o significado humano - sexo objecto."

não é a troca de sexo por sexo, apenas um sente o acto de uma forma evasiva a nivel fisiologico.
é o nivel mais baixo de um acto que nos faz sonhar...

Eva Shanti said...

Joca,

Não sei se percebi a questão, mas há uma diferença brutal entre o sexo pelo sexo e a compra e venda de sexo. No segundo caso, quem vende o corpo recebe €€€ e não qualquer tipo de satisfação.

Numa relação em que o único interesse seja sexo sem haver um lado emocional a pesar na relação, que é uma relação de momento, duas pessoas exploram a sua sexualidade e sensualidade.

Quando se introduz a variável €€€€ as coisas assumem uma forma diferente.

Bjs

Eva Shanti said...

Maxikeiro,

Não é um "trabalho" propriamente fácil e que justifique uma grande percentagem de pessoas a praticá-lo por ganância.

Isso é para alguns espertos que logo arranjam uns otários que trabalhem para eles. O caso de Heifi Fleiss, por exemplo.

Uma prostituta dita "fina" tem de dar uma percentagem elevada à casa onde trabalha e gastar outro tanto em lingerie e outros artificíos. Se o que sobra ainda é algum, não acredito que, feitas as contas, seja um "trabalho" bem pago.

Soluções? É difícil, mas vou aflorar um caso de algum sucesso quando falar do tema legalização: sim ou não.

Bjs

Abelhinha said...

Concordo com tudo o que tu disseste.

MAs no outro diz estive a ouvir uns testemunhos interessantes de prostitutas e prostitutos, a propósito da criação do primeiro sindicato dos profissionais do sexo.

Vários testemunhos apontavam para um crescimentos de profissionais do sexo, como eles se intitulam, que apontam como motivo de se prostituirem o facto de ser uma profissão lucrativa e colocando de parte qualquer justificação relaccionada com antecedente.

Um deles chegou mesmo a dizer que cada vez existem mesmos prostitutos e prostitutas que o são por serem "vitímas" - foi mesmo essa a expressão dele.

A mim, como mulher custa-me um pouco a acreditar que uma mulher decida a entregar o seu corpo a estranhos vezes sem conta por dia porque gosta.

Eva Shanti said...

Abelhinha,

Eu baseio-me na experiência da Inês Fontinha, a mulher que mais sabe de prostituição em Portugal.

Hei-de falar nela por razões óbvias.

Há um crescimento de "profissionais do sexo", por várias razões, nomeadamente interesses económicos de alguns senhores.

Tanto quanto sei, a prostituição feminina não é fácil, mesmo a de casas para gente disposta a pagar bem o serviço. Mas a prostituição masculina, tanto quanto li, é brutal. Sendo marginal, não deixa de conter uma violência terrível.

Muitos dos homens que recorrem a prostitutos são heterossexuais e sádicos.

Digam o que disseram e segundo IF, não há ninguém que goste de prostituir-se. Muitas são as pessoas que tendo necessidade de o fazer, às vezes pela ingenuidade de ter uma vida fácil ou de pagar um curso universitário, tomam drogas para aguentar aquela vida.

Bjs

Unknown said...

Continuo a achar que a prostituição não é apenas a troca de dinheiro por um favor sexual.
Ele há outras coisas que, embora não metam dinheiro como pagamento directo, metem-no com aumentos indirectos, subidas de escalão, melhoria a nível geral, carros e prendas, jóias, etc.

Por mim este tipo de prostituição é bem mais nefasto que qualquer outro, porque demonstra a real natureza humana.

Em relação aos profissionais, há os que são e os que querem ser e os que foram apanhados no meio das teias do comércio de carne e droga.

Só destes últimos tenho pena. Mas na verdade, e na maior parte dos casos, negam e recusam qualquer tipo de ajuda.
E isso é amedrontante.

Eva Shanti said...

Xá,

Tu podes ver isso como uma forma de prostituição.

O conceito é restrito, é uma compra e venda, sexo por dinheiro, mais nada.

Bjs

Eva Shanti said...

jg,

Se há dados (com todas as limitações que a situação implica) de que dizem que a prstituição de rua corresponde apenas a 20% do total, isso foi tomado em consideração na minha reflexão.

Não sou de pessoa de deixar nada ao acaso e de ter ideias fundamentadas. Quando falo é com conhecimento de causa, senão opto por estar calada até ter ideias seguras sobre o assunto.

Sei que há pessoas que ganham muito mais do que eu e, por sinal, que tu, mas eu não estou interessada em ser puta. Nunca estive. Nunca conheci ninguém que o quisesse fazer.

Levar com gajos que não me dizem nada, fingir que estou a gostar de levar com eles, alinhar nas suas perversões só porque eles pagam e julgam que exercem o direito de propriedade sobre o meu corpo. Não, obrigado!

Tu também tens essa opção: trocas o teu mês de trabalho árduo e vais fazer umas horas; levas com uns gajos (pois não esperes que apareçam muitas gajas a requisitar esse tipo de serviços) e engordas a contra bancária num instante. É só por uns tempos, claro. Parece-me simples!

Opção pela legalização? É a tua opinião. Tens direito a ela.

Bjs

Eva Shanti said...

Ana,

Obrigada pela visita!

O ser humano tem um lado obscuro, negro, não podemos negá-lo.

Além disso, o sexo tem muito poder, move muito dinheiro, mexe com muitos interesses...

É assim desde os primórdios, justifica a existência do turismo sexual e de outras forma de exploração sexual.

O facto de existir não quer dizer que seja correcto. Penso eu de que...

Bjs

Sukie said...

Pois, mas olha que há prostitutas que exercem a profissão de livre e expontânea vontade. Que gostam porque fazem muito dinheiro (algumas, claro). Daí que...

Eva Shanti said...

Moonj_Rita,

Assim como as artistas porno são pagas para dizer que gostam do que fazem e que têm não-sei-quantos orgasmos durante as filmagens, também há muita gente que diz muito bem da «profissão».

Faz-me lembrar a história da raposa que perdeu a sua linda cauda e depois quis convencer as outras raposas que a moda era cortar o rabo.

I simply don´t buy it!

Há gente que realmente ganha muito dinheiro com a miséria dos outros. São só alguns, não é a maioria.

E, tal como com a droga, onde o dinheiro se faz com o tráfico, na prostituição quem fica com a parte maior do bolo é o intermediário.

Nesse aspecto, a história de Heidy Fleiss é muito interessante.

E, claro, o dinheiro faz-se não na prostituição de rua, mas na prostituição sofisticada dirigida a clientes exigentes e que a podem pagar.

Não interessa acabar com a toxicodependência, não interessa acabar com as guerras (lá se ia o negócio das armas), não interessa acabar com a prostituição.

Bjs

Esplanando said...

Questão muito complexa.

Se definirmos a prostituição como sendo trocar sexo por dinheiro então eu diria que as prostitutas que andam nas ruas e pedem declaradamente dinheiro pelo serviço são muito mais sérias do que as mulheres que andam a tentar caçar um marido rico.

Ambas são prostitutas... mas as que têm carácter são as que pedem o dinheiro antes do serviço.

Isabel Filipe said...

Querida Eva,

Um excelente artigo...como todos os teus...e que tem pano para mangas...

abordas o tema da prostituição masculina...pouco conheço sobre ele...será que não merecia um Post???

Beijokas e boa semana

Eva Shanti said...

Esplanar,

O conceito de prostituíção é mesmo esse: compra e venda de sexo.

É restrito, mas há sempre a tendência de alargar e generalizar a outro tipo de situações.

Que há aí umas quantas (e uns quantos)à procura de vida fácil pela via do relacionamento com alguém que lhes possa proporcionar bem-estar material, seja qual for o «preço», lá isso há.

Por essa ordem de ideias, quem está numa rua ou numa «montra» a fazer a sua oferta e a dizer quais são as suas condições está a fazer uma proposta honesta e muito directa. Aí as regras do jogo são claras.

Bjs

Eva Shanti said...

Isabel,

A prostituição masculina é residual e mais difícil é conseguir informação.

Os homens falam menos, mas os relatos que há são de histórias muito violentas.

Também há aqueles que dizem prestar serviços apenas a mulheres, mas são procurados essencialmente por homens e quem precisa mesmo do dinheiro aceita ser sodomizado.

De qualquer forma, é uma excelente ideia.

Obrigada pela sugestão.

Bjs

Mocho Falante said...

ora aqui estou eu para discordar de algumas coisas que aqui dizes... cá vai. Sim pode ser encarada como uma profissão desde que tenha as devidas protecções legais, tais como segurança social, horario de trabalho, etc...aliás é o que se assitem na Holanda, quando dizes que nenhuma mulher gosta...é verdade, a grande maioria não gostará e também concordo que é um submundo muito violento e complicado, mas para se dizer que nenhuma mulher gosta...há que ter base para isso, quantas mulheres foram inquiridas? e como foi feito o estudo...

na verdade o mundo da prostituição é feito de mulheres e homens que herdaram de alguma forma esta maneira de (sobre)viver, mas haverá certamente quem viva nela por prazer... O problema é que cada vez que falamos de prostituição, a nossa fantasia viaja sempre para ambientes degradantes e maus tratos.

Penso que é um problema grave quando não se tem em conta os direitos humanos, mas eu acredito que haverá mulheres e homens que optaram por esse meio de vida, veja-se por exemplo os anuncios de acompanhantes... na verdade às vezes é muito mais fácil dar ao corpo do que andar com um esfregão na mão.

Eva Shanti said...

Mochito do meu coração,

Sobre o caso holandês falarei com detalhe quando abordar a questão da legalização.

O mesmo farei quanto às alegadas protecções legais, tais como segurança social, horario de trabalho, etc...

Quando digo que ninguém gosta, apoio-me na experiência de Inês Fontinha que assim o diz. 18 anos de experiência parece-me um estudo suficiente e mais fiável do que nºs que se torcem para um lado e para o outro.

Concordo que o mundo da prostituição é feito de mulheres e homens que herdaram de alguma forma esta maneira de (sobre)viver.

Não é por acaso que as crianças de 4 e 5 anos aprendem a esfregar os genitais nas pernas dos turistas para conseguirem comida.

Também há por aí muitas estrangeiras que se sujeitam a tudo e mais alguma coisa com um sonho de uma vida melhor do que tinham no país de onde vieram. E essas estrangeiras estão em apartamentos, em bares de alterne, em casas de massagens, não estão na rua.

Outra verdade de que irei falar é a do tráfico de mulheres. Nem todas as estrageiras estão por cá de livre vontade, assim como há portuguesas no estrageiros que são obrigadas a prostituírem-se.

Prazer? É uma parte muito ínfima de pessoas que se prostituem por prazer.

Considero que cabe no conceito de parafilia, ou seja, que pertence ao grupo de perturbações de comportamento sexual. Portanto, classifico como aberração, perversão, desvio, tara.

Quanto à proveniência das pessoas que se prostituem (eambientes degradantes e maus tratos, etc)., tenho nºs e posso publicá-los. Aliás, já o foi feito na imprensa e na net.

Na verdade, às vezes, é muito mais fácil dar ao corpo do que andar com um esfregão na mão - dizes tu.

Parece a muita gente. Acredito que se ganha numa semana ou mesmo que se ganho num mês a lavar escadas. Agora, os riscos, os traumas, o dar o corpinho... Será que a compra e venda é assim tão bom negócio?

Eu costumo pesar tudo. Nunca invejei quem tinha cargos elevados ou de Direcção. Sempre achei que o dinheiro que eles levavam para casa ao fim do mês não lhes pagava o que perdiam em dores de cabeça, em tempo para si próprios que não têm, em olhar por cima do ombro porque há sempre alguém a querer lixar.

Amigo, negócio é pôr os outros a render. Isso já acredito!

Mas cá nos vamos encontrando e trocando ideias.

Bjs

Su said...

belo texto

mas isto diz tudo "Negócio mais rentável do que a droga e rival do comércio de armas, a prostituição tem por base a miséria humana, as desigualdades e a escravidão"

jocas maradas

Eva Shanti said...

Su,

Obrigada pela visita.

E numa só frase estão coisas demais...

Bjs

JNM said...

Acho que todos alguma vez nos prostituimos. É por isso que é a mais "velha profissão do mundo". Quando a ambição nos faz perder o senso da moral e nos vendemos por aquele favor, por aquele lugar... não é necessariamente uma coisa carnal, sexual... isto para mim também é prostituição.

Beijo.

Eva Shanti said...

Ahraht,

Nesse sentido lato, que extravasa o conceito de prostituição, que é bem mais restrito, todos nós já nos vendemos.

Quantas pessoas têm um trabalho de que não gostam para receber um x ao fim do mês? Quantas pessoas aguentam chefias estúpidas e incompetentes, uns colegas do pior, no fundo, um ambiente de trabalho que é tudo menos saudável, em troca de uns €€€€?

E a malta tem uma vida, tem uma casa, tem de comer, tem de se vestir, tem filhos para criar, tem de sair de vez em quando senão enlouquece... E tudo isso se paga.

Depois há a questão de ganhar esse dinheiro honestamente ou não, mais €€€ ou menos €€€€.

Se tudo fosse simples...

Mas fala-se muito de quem vende o corpo e quase nada de quem o compra...

Mocho Falante said...

Querida apenas uma dica:

parafilia não tem a ver com prostituição...por isso não confundir se faz favor.

"Não é por acaso que as crianças de 4 e 5 anos aprendem a esfregar os genitais nas pernas dos turistas para conseguirem comida." Mais um equivoco que tens de aprofundar cara Eva. É que isto de falar de prostituição tem muito que se diga minha cara amiga...

pois quanto ao dinheiro fácil, já se sabe tem o seu preço, e esse é bem elevado para quem decide prostituir-se para o obter mais rapidamente.

Tráfico de mulheres...estou 100% de acordo contigo. Agora minha querida as piquenas que estão confortavelmente nos bares de alterne sem proxeneta, estão porque querem e porque lhes dá muito dinheiro, e acredita que muitas têm prazer nisso,

Polémico tema este hein

lol

Anonymous said...

A prostituição e o mundo que a rodeia e sustenta...um nojo de sociedade marginal. Vivi no meio dela, nunca a provei, mas senti-lhe o "cheiro". Deplorável!

Eva Shanti said...

Nicolau,

Vai dormir!

Bjs

Eva Shanti said...

Ferrus,

Lamento.

Obrigada pela visita!

Bjs

Eva Shanti said...

Mochito lindo,

Ok, o que tu consideras fetiche eu considero parafilia.

"Não é por acaso que as crianças de 4 e 5 anos aprendem a esfregar os genitais nas pernas dos turistas para conseguirem comida." - Disse-o a respeito das tuas próprias palavras que passo a citar:"na verdade o mundo da prostituição é feito de mulheres e homens que herdaram de alguma forma esta maneira de (sobre)viver"

Referia-me concretamente às crianças em países como a Tailândia em que o turismo sexual é aceite por interesses económicos, o que é triste e degradante, espelho de uma moral podre.

Prostituição = dinheiro rápido? Talvez. Fácil? Não me parece.

Querido, quase não há piquenas não tenham proxeneta e que se sentem confortavelmente nos bares de alterne: têm de fazer um bocadito demais senão não lhes pagam os clientes não fazem despesa.

E claro, aí a conversa do chulo é sempre a mesma: "o que se passa fora daquela porta, não tenho nada com isso" - Enganem-me que eu gosto!

Fico à espera que me mandes algum material para eu analisar.

Se mudar de ideias acredita que publico. Não tenho problemas em mudar de opinião.

Bjs

Parrot said...

Querida Eva,

Parabéns pela coragem de abordares este tema nada fácil.
O “meu” tempo é uma coisa que teima em desaparecer, mas não podia deixar de passar por aqui.
Tenho uma ideia muito própria, e que nos pontos essenciais, é semelhante à tua, no entanto, muito mais haveria para dizer, até porque é uma situação que acarreta outros problemas….. quem sabe um dia com mais calma.

Uma outra forma de prostituição é a “prostituição mental”…… essa também me preocupa.

Bom dia e um beijo

Living Place said...

A prostituição é algo de muito degradante para a mulher e ainda hoje nãoo consigo entender como é que um homem procura uma prostituta. Se não houvesse homens ou mulher a procurar, será que ainda existia???

Eva Shanti said...

Parrot,

Obrigada pela tua visita. Sendo o tempo escasso, o facto de despenderes alguns minutos com a leitura dos meus posts deixa-me muito contente.

O tema é complexo, polémico...

É como eu gosto ehehehehe!

É um desafio e está a ser uma prova de que uma discussão de ideias pode ser civilizada e feita com maturidade.

Bjs

Eva Shanti said...

Musas,

As razões que levam à procura da prostituição vou falar delas muito em breve.

O paradoxo a que hoje se assiste é o facto de nunca ter havido tanta liberdade sexual e nunca ter havido tanta prostituição!

E mais, se é degradante para uma mulher, também é degradante para um homem o prostituir-se.

Também é degradante o recorrer-se a estes serviços. Parece, à 1ª vista, que quem compra, quem paga, tem o poder. Eu acho degradante e volto a dizer, quase não se fala do cliente...

A verdade é só uma: pelas leis do mercado, se há procura há oferta.

Bjs

Rosa said...

Ui! Que tema, Eva... Confesso que nunca pensei "à séria" sobre este assunto, mas, assim à queima-roupa, sinto-me tentada a dizer que, independentemente dos problemas e dos dramas, há sempre uma opção mais "digna".

Eva Shanti said...

Ainda para o Mocho-Mai-Lindo-Da-Blogoesfera,

Que discorda comigo e ainda bem, pois tem uma opinião formada e que muito respeito, mas...

De acordo com a minha fonte* e segundo o meu entendimento, essa prostitiuição de quem não precisa do dinheiro e a pratica por assim conseguir excitação sexual é uma parafilia.

Parafilia é uma designação que desde 1980 substitiui termos como perversão, aberração ou desvio, ou ainda numa linguagem leiga, tara.

Parafilias são todas as situações em que um indivíduo recorre, de forma persistente, a um suporte imaginário ou a actos bizarros - de forma preferencial ou indispensável - para obter excitação sexual e/ou orgasmo.

As parafilias implicam:

1) objectos não humanos;
2) inflingir ou suportar sofrimento e humilhação;
3) crianças e outras pessoas sobre as quais se exerce coação ou violência.

Fonte: Paixão, Amor e Sexo de Francisco Allen Gomes, médico psiquiatra, Editora Dom Quixote.

Bjs

Eva Shanti said...

Rosa,

Estando de do lado de fora, concordo em absoluto contigo: há opções mais dignas.

Pergunto: é uma verdadeira opção?

Numa primeira fase, a própria pessoa até pode pensar que é uma opção, mas será que é?

Será que na nossa vida, tudo são escolhas livres e esclarecidas, ou há condicionantes dessas mesmas escolhas?

E pronto, lá estou eu com muitas perguntas e poucas respostas...

Bjs

'Tá Difícil said...

Pois é... dura é a realidade!
Mas a situação consegue piorar ligeiramente. É que, como sabe, alguns países já reconheceram e legalizaram a prostituição enquanto profissão e por isso, com código de profissão e inscrita na listagem dos centros de emprego, o que faz com que homens e mulheres desempregados possam ser chamados a exercê-la. É evidente que podem sempre recusar sendo que o único inconveniente(zinho) é que, recusando, perdem o direito ao subsídio de desemprego, em muitos casos, o único meio de subsistência que possuem.
Vergonhoso, não é??!

...e agora...
Legalização? Cuidado com ela...

Rui said...

De partida parta a Holanda, vou procurar um contraponto sobre o tema.

Titá said...

Correndo o risco de me tornar repetitiva, tenho que dizer que és fantástica e que nos ofereceste mais uma vez um excelente texto, muito pertinente, sempre actual e com uma consciência social de louvar.
Beijos

Mocho Falante said...

eu vi logo que a tua fonte era da psiquiatria barata lololololol

mas olha bem te traíste com a tua designação de parafilia...

" 1)objectos não humanos;
2) inflingir ou suportar sofrimento e humilhação;"


Objectos não humanos, desde que não animais não podem ser considerados parafilia, senão uma grande parte das mulheres tinham disturbios sexuais pelo simples uso do vibrador ou outros legos do género.

A prostituição nem sempre envolve humilhação como sabes...

O sofrimento desde que dê prazer ao outro... trata-se de uma prática masoquista que desde que seja de comum acordo não estou a ver o mal...claro que é um pouco desviante.

Sexo com crianças, isso sim é uma parafilia....

beijocas

Desconhecida said...

Bem...tirando os casos em que as mulheres são forçadas por alguém a prostituir-se, acho que a prostituição é uma opção para ganhar dinheiro mais facilmente. Se se quiser há sempre alternativas. Mas ao contrário do que diz o texto, acho que há mulheres/homens que gostam de o fazer...as chamadas "putas finas" que não têm necessidades monetárias e prostituem-se porque gostam e gostam do bom dinheiro que ganham.
Mais deplorável do que a prostituição, é quem recorre a ela para se satisfazer sexualmente. Não consigo compreender como alguém para o carro na berma da estrada e vai dar uma queca com mulheres que estão a cair de podres, que não têm nada de atractivo, mas enfim, há gente para tudo.

beijos

Eva Shanti said...

Desconhecida,

Eu sei que há "putas finas", que se fazem pagar mais ou menos bem, porque isso depende do local onde praticam a actividade, dos intermediários existentes ou não, etc.

Continuo é a achar que é apenas uma minoria que o faz por opção livre e esclarecida, seja pelo dinheiro, seja pelo prazer (?), do estímulo sexual que se sobrepõe ao €€€€.

Dinheiro a sério é o de quem explora os outros, disso não tenho qualquer dúvida.


"Mais deplorável do que a prostituição, é quem recorre a ela para se satisfazer sexualmente"

E fala-se tão pouco nos Clientes... Falar de prostituição sem falar de clientes é só ver um lado da moeda.

Bjs

Eva Shanti said...

Rui,

Obrigada pela visita.

Oportunamente falarei da experiência holandesa.

E eu adoro a Holanda. Aliás, tenho 2 t-shirts favoritas e um delas diz:"Good girls go to heaven, bad girls to Amsterdam"

;)

Eva Shanti said...

Titá,

Gosto sempre de te ter cá. M

Mais uma vez, obrigada pelas
palavras sempre tão simpáticas e tão elogiosas.

Espero continuar a merecer essa atenção.

Espero também que tenhas tido um descanso bem merecido.

Bjs

Eva Shanti said...

Tá Difícil,

Tá mesmo difícil.

O Eng. Sócrates resolvia logo o problema do défice orçamental e era o herói salvador da Pátria.

Talvez muita gente que defende a legalização da prostituição quando lhes tocasse mudassem de opinião.

Obrigada pela visita

:)

'Tá Difícil said...

Eva...obrigado pela resposta, por momentos pensei que tinha sido ostracizado ;)))

Até breve

Eva Shanti said...

Tá Difícil,

Não foi por esquecimento nem por exclusão.

É que tá mesmo difícil gerir tudo!

Sou pela liberdade de espressão e pela liberdade de opinião.

Exactamente por isso, o próximo post (que não estava previsto na minha ordem de trabalhos) é sobre os argumentos em que assentam as opiniões de que a Prostituição é uma actividade essencial ao bem comum...

Bjs

Eva Shanti said...

Mocho mais lindo,

Estudar as Parafilias é conhecer as variantes do erotismo em suas diversas formas de estimulação e expressão comportamental.

É tocar num ponto sensível chamado "sexualidade normal", o que é isso?

O que é normal para ti pode não ser para mim e vice-versa.

Entramos na zona cinzenta, em terra de ninguém, que isto de fronteiras nem sempre é fácil de definir.

Claro que ninguém duvida que a pedofilia é uma parafilia. Já o sado-maso, por exemplo, será parafilia para algumas pessoas, para outras é a uma forma de viver a sua sexualidade.

Estou a considerar seriamente fazer um post sobre esse tema: normalidade e sexualidade.

Então aí, podes exprimir-te à tua vontade.

Para já, como sabes, tenho mais um post fresquinho para publicar e já sei que me vais "bater". Por isso, fico à espera que sejas o 1º a abrir hostilidades.

By the way, tenho aprendido muito contigo. Como sempre, desde que as nossas vidas se cruzaram.

Bjs

Eva Shanti said...

Mocho Mori,

De facto, a prostituição como parafilia não consta do DSM.IV -isto é mesmo liguagem de psicólogo!

Mas também é verdade que o facto de não constar não significa que não possa ser classificada assim.

Estou a falar, claro, daquela percentagem ínfima de quem a só acede ao climax prostituindo-se.

Bjs

mixtu said...

Violência, fisica e mental...
jinhos

Eva Shanti said...

Mixtu,

Nem toda a gente pensa assim...

Bjs

Espanhol said...

concordo com quase tudo o que dizeste...
quase tudo porque acho que há uma ou outra prostituta que não se prostitui por necessidade

só é pena que ainda haja pessoas que não pensem assim como tu... é pena...