Violência Doméstica e Violência Conjugal
É preferível usar-se a expressão «violência conjugal» quando nos queremos referir às situações de violência na conjugalidade, ou seja entre pessoas que vivem em situação conjugal, casadas ou não.
Embora a opção por «violência doméstica» seja uma tendência internacional para designar o fenómeno da violência entre cônjuges, associando-se imediatamente ao ofensor-homem e à mulher-vítima, por ser essa a realidade mais comum, a verdade é que esta expressão abarca outras situações praticadas no contexto doméstico, tais como a violência contras as crianças e contra os idosos.
Também convém distinguir entre violência sexual e violência conjugal, pois ainda que a primeira ocorra na segunda, é certo que a violência conjugal é cíclica e reiterada, enquanto que a violência sexual caracteriza-se por episódios, justificando-se, num e noutra caso, intervenções diferenciadas por parte de psicólogos, polícias, juristas, e todos quantos trabalham a favor das protecção das vítimas.
É preferível usar-se a expressão «violência conjugal» quando nos queremos referir às situações de violência na conjugalidade, ou seja entre pessoas que vivem em situação conjugal, casadas ou não.
Embora a opção por «violência doméstica» seja uma tendência internacional para designar o fenómeno da violência entre cônjuges, associando-se imediatamente ao ofensor-homem e à mulher-vítima, por ser essa a realidade mais comum, a verdade é que esta expressão abarca outras situações praticadas no contexto doméstico, tais como a violência contras as crianças e contra os idosos.
Também convém distinguir entre violência sexual e violência conjugal, pois ainda que a primeira ocorra na segunda, é certo que a violência conjugal é cíclica e reiterada, enquanto que a violência sexual caracteriza-se por episódios, justificando-se, num e noutra caso, intervenções diferenciadas por parte de psicólogos, polícias, juristas, e todos quantos trabalham a favor das protecção das vítimas.
22 comments:
Querida Isabel,
Não me esqueci da tua preciosa dica.
Sendo a violência contra mulheres um dos temas que é ponto de honra referir aqui no meu «paraíso», brevemente falarei sobre «Mulheres que Amam Demais», obra de Robin Norwood, também autora de «365 Meditações para Mulheres que amam demais».
Também hei-de falar de uma outra obra, «Homícidio Conjugal» de Elza Pais.
É que tinha anteriormente confundido as 2 autores e fica aqui o esclarecimento.
Bjs
Querida Eva,
Este tema é um tema que "tem pano para mangas"...doloroso...e que no nosso País ainda não merece a devida atenção das autoridades...tenho uma amiga que quando quis fazer queixa, disseram-lhe que era necessário ter testemunhas...acabou por fazê-la... numa outra altura em que foi parar ao hospital... aí havia evidências no corpo dela...
Vou ficar à espera então do outro tema sobre as "mulheres que amam demais"...e há muitas...
Beijinhos com carinho
Ainda não foi à muito tempo que abordei o assunto por ser confrontado muitas vezes com ele (com as suas consequências). Realmente, muitas vezes fala-se do tema mas sem saber fazer as devidas distinções.
Problemas actuais da sociedade portuguesa, por vezes incobertos, mas cada vez mais denunciados e mesmo assim nada faceis de solucionar. Beijinhos.
Oportuníssimo!
Pois de facto é que diferenciar as coisas...e foi o que fizeste e muito bem, porque para os vários tipos de violência existem intervenções diferentes.
Beijocas à minha maçã preferida
Xuac
Violência é violência, há a psicológica e a fisica, entre seres humanos... o dificil é perceber como se deixa arrastar o problema....
Isabel,
Rui,
Maria Pedro,
Mocho,
Obrigada pelos vossos comentários!
Bjs e boa semana a todos
Musas,
A violência conjugal é um processo. Mesmo as mulheres mais determinadas e com personalidade vincada acabam por ceder perante um agressor que utiliza técnicas como a humilhação, insultos, lavagem ao cérebro, isolamento (imaginem um marido que reencaminha o telefone de casa para o nº directo do escritório... A família e os amigos da mulher ligam-lhe para casa e ele atende e dá uma desculpa qualquer...A mulher, coitada, que nunca recebe as ditas chamadas, pensa que as pessoas não querem saber dela...) e dependência económica (mesmo que a mulher trabalhe e receba um salário é relativamente fácil ao companheiro apoderar-se do dinheiro e dominar a economia familiar).
Às vezes pensamos conhecer as pessoas e quando damos por isso estamos na mão de um psicopata, de alguém doente e que mina tudo à nossa volta. Pode acontecer a qualquer uma de nós...
Defesas? Acima de tudo a nossa intuição e estar alerta para os sinais de que pode estar algo pior para vir. Muitas vezes, aquele ciúme que achamos engraçado, porque ele até gosta de nós, com o tempo agrava-se e deixa de ter graça...
Guidite,
Obrigada pela visita. Aqui no meu «paraíso», este é um tema que volta e meia é falado. No meio das minhas teorias malucas e da brindeira, também se fala aqui de coisas sérias e que afectam a todos.
Para sair desse ciclo, o primeiro passo é pedir ajuda e, nesse campo, o trabalho da APAV tem sido notável - 70720077 e www.apav.pt
Já agora, não percam o próximo post sobre o tema «ciclo da violência conjugal», exactamente para mostrar que este tipo de violência é cíclica e que a própria vítima identifica as fases. O problema está em sair desse ciclo.
Não é já a seguir, porque a malta também tem que respirar um bocadinho, ok? Mas é para breve, pois já stá feito.
Embora este blog flua de alguns estados de espírito, há um fio condutor que está por detrás, um compromisso que tenho comigo mesma e que está a ser cumprido.
Disponham sempre, sendo redundante dizer que o vosso feedback e sugestões são essenciais para que todos possamos retirar proveito deste meio de interacção que é a net e, especificamente, os blogs com comments.
Desculpem lá se este comentário parece um combóio, mas tinha mesmo de dizer isto.
Bjs
ola eva
sabes que trabalhei num escritorio de advogados ha 20 anos?
e muitos casos de violencia conjugal tive de passar a maquina numa altura em que so ainda havia maquinas de escrever e usavamos o redex quando nos enganavamos...
bem. custava-me imenso passar aquilo...
beijinhos da leonoreta
Leonoretta,
Obrigada pelo teu testemunho.
Imagino que fossem históiras difíceis de digerir. São sempre!
E escrever à máquina, sem «delete», «copy-paste», enfim...
Bjs
Muito mau que este tipo de situação ainda aconteça nos tempos de avanço intelectual e cultural em que estamos. Mas há gente (e pelos vistos muita) que não entende, cuja tacanhez imensa, lhes tolhe a visão e a sobriedade a ponto de cometerem tais acções. Na minha opinião são pessoas com problemas de foro mental, com distúrbios muitos complicados e que deviam ser submetidas a tratamento de choque. Já as vítimas penso tratarem-se de pessoas com personalidade débil, fraca e instaveis emocionalmente. por muito que se ame, e eu sei o que é amar, não há sentimento que compense a burrice de deixar-se maltratar sem motivo. É dura a minha opinião? é assim que penso. Beijos!
E acrescebto: Afinal de contas o amor é um bem ou um mal? O nosso amor não merece respeito e carinho? Pois é. Não entendo. É um temo que me deixa fula... Espero que nunca tenha que passar por essa prova.
moonj_Rita,
O problema é muitas mulheres, de tal modo se deixam sujeitar à tortura do outro, que passam a seres débeis, a personalidades fragilizadas, sem vontade própria e sem forças para lutar por uma vida nova, caindo num estado de depressão que as faz perder a racionalidade.
É complexo. Muitas mulheres não querem admitir que o seu projecto de vida falhou, outras desenvolvem o síndroma de dependência afectiva, outras ainda não têm apoio da família, da mãe e das irmãs que dizem que casamento é mesmo assim e tem de se aguentar...
Tenho falado com psicólogas sobre a possibilidade de recuperação dos agressores e estou longe de chegar a uma conclusão. Ao que parece, este tipo de agressores são doentes como doentes são os pedófilos e os violadores. Quando muito, é possível tão-só eliminar factores que potenciam a agressão, tal como o alcoolismo e a toxicodependência.
Pior, o que mais me preocupa é a violência exercida em casais de um nível social médio-alto, em que os níveis de instrucção não deveriam permitir a existência desta barbaridade. E nestes casos, em que a violência é mais psicológica do que física, os requintes de malvadez são angustiantes e horrivelmente surpreendentes.
Vou continuar a falar deste assunto, porque é uma forma, ainda que modesta de contribuir para esta causa.
A net, apesar de acesso restrito, é um meio poderoso. Se massifica o erro, também pode ser uma ferramenta positiva. Tudo depende do uso que se lhe dá.
Bjs e volta sempre!
Maria do Céu Costa,
Obrigada pelo comentário.
Pela minha parte, luto por um enquadramento sóbrio e não sensacionalista do tema. Não é espectáculo, é informação.
Bjs
A Violência doméstica é um crime público em todas as vertentes.
Não sei se já disse isto aqui mas digo outra vez: É preciso denunciar esses cobardolas.
E digo cobardolas porque a maioria dos casos de violência doméstica é praticada pelo homem, apesar de haver casos conhecidos que são ao contrário.
Um abraço.
Parabéns pelo tema e pela abordagem que fazes, sem dramatismos nem exageros... de tudo o que disseste permite-me só um reparo: na violência conjugal nem sempre ocorre violência sexual; pelo contrário, ocorre por vezes uma recusa sistemática de relações sexuais - o que é tido e sentido por algumas mulheres (e homens, já agora) como uma outra forma de violência... desculpa não ter dados "científicos" para to provar mas, por muitas conversas que vou tendo, acredito que um estudo bem delineado sobre o tema poderá mostrá-lo.
De qualquer forma - e para finalizar que isto já vai longo - estou absolutamente convencida que enquanto se ligar mais à violência física do que à violência psicológica a primeira nunca deixará de existir - quanto mais não seja porque pode haver violência psic. sem violência física, mas não o contrário...
Bjs
Sem dúvida que a definição é importante, mas, resumindo e barlahando, violência é violência. Seja contra o cônjuge, o filho, o pai ou a avó, é igualmente grave.
Lia C,
Obrigada pelo teu comentário.
Quando me refiro a violência sexual e quando digo que esta costuma acontecer como parte da violência conjugal, estou a referir-me à chamada «violação marital», ou seja, às mulheres que são obrigadas a ter relações sexuais contra a sua vontade e por meio da força ou coacção. Infelizmente, há por aí mulheres com 2 e 3 filhos que os tiveram dessa forma...
Claro que violência sexual é um conceito lato e nele podemos incluir outro tipo de violência que não ocorre dentro da relação conjugal, tal como violação, abuso sexual, assédio sexual - que ocorrem, por exemplo, no local de trabalho ou, pelo menos fora de casa. Também podemos abranger a prostituição e a mutilação genital, como formas de violência sexual contra mulheres.
Bjs
Rosa,
100% de acordo: violência é violência!
Tenho centrado os meus posts em violência contra mulheres porque é, de longe, a mais generalizada.
Apenas isso.
Bjs
Arawn S,
Faz parte da vida. Não podemos fechar os olhos e fazer de conta que os problemas não existem, especialmente este que afecta tantas Evas no mundo.
Bjs
Armando,
Disseste e vais continuar a dizer: cobarbolas!
Eu acrescento: cobardolas e dementes!
Bjs
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