Thursday, December 08, 2005


Manual de instruções


Muitos homens e muitas mulheres costumam reclamar, chorar e gritar que o seu parceiro deveria ter um «manual de instruções». Mais, há medida que vão descobrindo como funciona o outro, queixam-se de publicidade enganosa e culpam a falta do referido «manual» como causa da sua desilusão.

Pergunta: Quem é que realmente lê os manuais de instruções? Se as pessoas tivessem «manuais de instruções», acabariam as desilusões e todas as relações passariam a funcionar às mil maravilhas? Não me parece.

Nas relações humanas temos que contar com a nossa intuição, perspicácia e bom senso. E ainda bem que nada está predeterminado e escrito num manual qualquer. Há linhas gerais que temos de adaptar às pessoas e às situações em concreto. Nada mais do que isso.

26 comments:

armando s. sousa said...

Quando vemos alguns filmes de ficção científica, em que se retratam relações humanas, ficamos assustados com uma perpectiva de vida no futuro em que todas as relações humanas são pré determinadas.
Ficamos, não sei. Eu fico, apesar de saber que não vou viver nesse tempo.
O homem ou mulher se viessem com livros instrucções, teriam mais ou menos esse tipo de vida, em que a criatividade e livre arbítrio não estariam incluídos.
Um abraço.

armando s. sousa said...
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Leonor said...

tal e qual. deixa-me terminar o meu extenso comentário com um cliché (ainda por cima) roubando algumas palavras tuas "Há linhas gerais que temos de adaptar às pessoas e às situações em concreto" porque cada caso é um caso.

beijinhos da leonoreta

CS said...

Consultório sentimental:

Olha, querida Eva, eu cá sou muito auto-confiante e, apesar de saber que, nessas matérias, a minha intuição é abaixo de zero, nunca me preocupei muito com manuais de instruções.
E assim fui andando, cantando e rindo (nunca fui longe mas tava-se).
Agora, a minha última... Adaptar é tudo muito lindo e eu bem que tentei... Mas que fazer quando a coisa de todo em todo não atarraxa?
Antes de qualquer manual de instruções, parece-me que a pergunta é: que produtos (não) devemos comprar?

Beijos para ti também!

Abelhinha said...

Olha eu nunca leio os manuais!

Beijocas

Mocho Falante said...

O engraçadp mesmo é descobrir as funções ao acaso...

Eu nunca leio os manuais...porque na verdade encanta-me o segredo das novas atitudes

beijos

Isabel Filipe said...

e ainda bem que as pessoas não vêm com manuais de instruções...

seria uma vida completamente "roborizada" (de "robot"...não deve existir a palavra...claro)...

tem um bom fim de semana

beijinho

Living Place said...

Ora vê lá tu, se lessemos os manuais de instruções... nem a nós mesmos eramos capazes de comprar.
Isto ficou uma afirmação complicada :-(

Eva Shanti said...

Maria Pedro,

O teu raciocício tem lógica, mas num mundo em que as compras por impulso são uma grande fatia, num mundo em que as grandes superfícies e os centros comerciais são autênticas armadilhas do consumo, parece que todos nós acabamos por sair da racionalidade das compras e muitas vezes deixamos-nos guiar pelo entuasiamo. Vai daí, como diria o Xá das 5 (que esta tem direitos de autor) «RASSSSSSSSG, já tá!»

Bjs

Eva Shanti said...

Musas,

Publicidade não significa dizer tudo, certo?

Mas a verdade, é que havendo manuais de instruções, duvido que alguém se safasse...

Bjs

Eva Shanti said...

Armando,
Leonoretta,
Abelhinha,
Mocho,
Isabel,

Parece que as pessoas só se queixam daquilo que não têm, porque se houvesse manuais era bem pior, deixava de haver descobertas, surpresas e tudo passava a ser mecânico e previsível.

Bjs a todos!

Unknown said...

Será que a descoberta do próximo é mesmo um mundo de cedências... ou será antes um contrato com letrinhas pequenas como se fosse uma apólice de seguro?

Eva Shanti said...

Preteritus Imperfeitus,

Percebo perfeitamente o que queres dizer, mas deixa-me alertar-te para o facto de que as cláusulas com epígrafe enganosa, com caracteres reduzidos ou que normalmente passem despercebidas não geram quaisquer obrigações para o consumidor.

Este tipo de cláusulas integra-se nas chamadas «clausulas abusivas», pelo que são cláusulas proibidas e, consequentemente, nulas, ou seja, não produzem qualquer efeito válido e qualquer interessado pode invocar essa nulidade, a todo o tempo, perante o fornecedor ou perante os tribunais.

Mais, ao ter conhecimento da utilização de cláusulas proibidas, pode o consumidor comunicar a uma Associação de Consumidores, ao Provedor de Justiça ou ao Ministério Público, de forma a que o tribunal venha a proibir o seu uso.

Lei da Defesa do Consumidor
Lei nº 24/96, 31 de Julho

Bjs da Eva Jurista

wind said...

Não há manuais para as relações entre as pessoas. Não somos máquinas. beijos

Eva Shanti said...

Wind,

Não há manuais, mas umas linhas gerais faziam jeito, não?

Bjs

Unknown said...

Confesso que não leio os manuais (e sou eu um tipo da tecnologia). Aliás, digo sempre às pessoas com problemas para RFM. (read the fucking manual).
Mas eu só lá vou quando me vejo num grande aperto.
Isto acho que responde à questão. Mesmo se existissem, os MI acabariam dobrados e cheios de pó numa estante qualquer.
Agora... não tenho nada contra um helpdesk 24h/dia... Isso é que era...

Alexandre said...

Pois cá a mim parece-me que esta mudança de paradigma civilizacional que o final do sec. passado nos trouxe, esvaziará um bocadinho de importância este tipo de preocupação, uma vez que se estão a transferir valores como os da familia e da entreajuda para realidades como o individualismo e a precaridade.

Beijo e parabéns,

Alex

Unknown said...

Olha, o meu comment não foi postado.
vamos ver se me lembro...

Enfim, os manuais escondem-se por entre o pó e coisas que foram moda.
Mas que um helpdesk 24h/dia ajudava, lá isso...

Titá said...

Eu sei..é terrivel, mas a verdade é que nunca tenho paciência para ler os manuais. Com as máquinas uso muitas vezes a intuição e a curiosidade de ir tentando até acertar e aprender...acho que com as pessoas faço o mesmo.
Mea Culpa!

Meia Lua said...

Na minha opinião acontece porque quando conhecemos alguém, vemos só o que nos agrada. E as pequenas coisas que com o tempo tornam-se difíceis de lidar, no início fazem-nos rir...
É uma questão de conviver e ceder, se realmente os sentimentos forem verdadeiros. Ninguém é perfeito...
bjinho :*

Eva Shanti said...

Arawn S,

Gostei do apenas sentir e viver, pois uns gostam do mar e outros não. Pronto!

Mas a verdade é que é legítimo ao ser humano olhar para as suas experiências anteriores e retirar algo delas, não? Acho que o todos nós queremos é «escrever uma obra-prima» ou várias, certo?

Bjs

Eva Shanti said...

Xá-das-5,

Essa do helpdesk 24h/dia dava pano para mangas... Nunca mais saíamos daqui. Tem vantagens e desvantagens, tal como quase tudo nesta vida.

Dependeria muito da competência de quem estivesse do outro lado da linha... Por aqui se vê que não tenho grandes experiências com linhas de atendimento...E já trabalhei numa, por isso, poderia falar com conhecimento de causa.

Obrigada pela tua achega.

Bjs

Eva Shanti said...

Titá,

Tirando aqueles cromos que lêem os manuais de fio a pavio e fazem pesquisas na net e sei lá que mais, acho que ninguém os lê.

E mais, esses caramelos que ligam para os nºs verdes (ou azuis, ou às bolinhas)a perguntar pelo acessório x ou y, ou pela função w ou z, são uns chatos!

Nada como a intuição e o 6º Sentido!

Bjs

Eva Shanti said...

Meia Lua,

«É uma questão de conviver e ceder, se realmente os sentimentos forem verdadeiros».

Tá tudo dito!

Bjs

Eva Shanti said...

Alexandre,

Parece que estas mundanças e essa transferência de valores não augura nada de bom...

Bjs e obrigada!

Su said...

nós precisamos de tempo, de razão de intuição e mesmo assim reclamamos....mesmo com manual somos tão complexos que a reclamação existira ..sempre
sempre insatisfeitos e assim vamos vivendo...e conhecendo e reclamando............opssssssss
jocas maradas